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Natal em Mirandela
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Vinhais é o Melhor Município de Pequena Dimensão do Distrito
Segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, publicado a 22 de novembro, Vinhais é o único do distrito de Bragança que está no ranking global dos 35 melhores municípios de pequena dimensão. Já a nível distrital, é o segundo melhor município, sendo que o primeiro de pequena dimensão.
O município encontra-se ainda nos 50 melhores municípios (a nível nacional) com menor passivo elegível e com melhor índice de dívida total.
A PRORURIS, Empresa Municipal encontra-se nas 35 melhores entidades do SEL (Setor Empresarial Local) com menor passivo elegível.
Estes resultados advêm de um enorme rigor e transparência na formação e execução do plano plurianual de investimentos e do orçamento anual do município.
Vinhais continua a ter uma situação financeira confortável, construída ao longo de vários anos, que resulta de uma gestão rigorosa, de escolhas que permitam a satisfação das necessidades da população aumentando a qualidade de vida de todos os munícipes do concelho de Vinhais.
O município encontra-se ainda nos 50 melhores municípios (a nível nacional) com menor passivo elegível e com melhor índice de dívida total.
A PRORURIS, Empresa Municipal encontra-se nas 35 melhores entidades do SEL (Setor Empresarial Local) com menor passivo elegível.
Estes resultados advêm de um enorme rigor e transparência na formação e execução do plano plurianual de investimentos e do orçamento anual do município.
Vinhais continua a ter uma situação financeira confortável, construída ao longo de vários anos, que resulta de uma gestão rigorosa, de escolhas que permitam a satisfação das necessidades da população aumentando a qualidade de vida de todos os munícipes do concelho de Vinhais.
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Está oficialmente aberta a Terra Natal e de Sonhos na Praça Camões
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A cidade brigantina recebeu mais uma edição do SmarTravel, um evento que reúne vários oradores com estratégias inteligentes para a região
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O Presépio de lata
"No relógio da Sé, batiam as dezanove, anunciando o encerramento do comércio. Sentei-me nas escadas que servem de base ao Pelourinho. O Perdido chegou com os beiços untados pelos restos do osso e sentou-se ao meu lado. Ficamos os dois a olhar para o Cruzeiro. Lá dentro, o lustre esforçava-se por brilhar. As pessoas foram saindo dos cafés e dos comércios. As ruas esvaziavam-se de gente que ainda há pouco corria apressada com sacos de compras distribuídos pelos dedos das mãos. As últimas compras."
A cidade engalanou-se para mais uma quadra natalícia. Eu e o Perdido deixamos o velhinho 240 D estacionado no sítio de sempre e fomos ver as luzes de Natal. Diziam que estavam muito bonitas. Descemos a Almirante Reis. Havia muito gente. Na drogaria Luso não se cabia. Os pais juntavam os parcos tostões e compravam os brinquedos anunciados na televisão espanhola: carros, bonecas, naves espaciais, pistas de comboio…
Enquanto eu admirava a montra da Luso, o Perdido escapuliu-se para a porta do Talho Gino, a ver se lhe tocava um ossito. Atravessei a rua e vi a senhora velhinha que mora no 13. Tinha escrito os bilhetes-postais para toda a família desejando Um Santo Natal e um Próspero Ano Novo. Que bonitos eram! Comprara os postais aos balcões dos Correios, à Maria Cândida que parece que ainda era sua parenta. Perguntei-lhe se precisava de ajuda e ela percebendo que a minha intenção era outra, disse-me para passar lá por casa, tinha uma coisa para mim.
Não sabia do Perdido, decerto estava enfiado nalgum canto, entretido a roer o osso que o Gino lhe dera. Continuei a descer a rua. Em frente à Perfumaria Transmontana, parei. Gostava de parar por ali e sentir as essências emanadas pelos frasquinhos de vidro. Queria dar um daqueles à Rosa mas eram caros.
Era quarta-feira e não vi a minha Rosa. Não foi ao cemitério chorar na campa do marido. Esperei toda a tarde à porta do cemitério e nada. Nem lhe pude dar uma flor. Não lhe dei a flor. Coloquei-a na campa do marido da Rosa. Ali jazia Francisco Silveira, morto em combate. Devia ser bom homem pois a Rosa chorava tanto por ele. Nessa tarde de 24 de Dezembro de 1980, não vi a Rosa. E por não ver a Rosa, o dia não estava completo. Uma semana inteira à espera de a ver…
No outro lado da rua, na Pensão Internacional, nas vidraças das janelas viam-se umas luzinhas a piscar e uns sininhos dourados, recortados em papel metalizado comprado na Popular, logo ali abaixo. Desço um pouco mais e uma velhinha de cabelo branco apanhado num crutcho muito perfeitinho parecia esperar por alguém. Estava à porta da Pensão Rucha. Aproximei-me e a velhinha estendeu-me um farnel muito bem aconchegado num pano branco. Porque me oferecia a mim? Para partilhar com alguém especial, que merecesse. Agradeci à velhinha que envolta nas suas vestes negras, subiu as escadas e desapareceu. Cheirei o embrulho. Pareciam rabanadas ou seriam filhós?
Continuei pela Almirante Reis até à Praça da Sé. Na loja dos Coelhos vendia-se de tudo. No Ricardo tiravam-se retratos a meninos muito bem penteadinhos, com coletes aos losangos e calções pelo joelho. A Rosa D`Ouro vendia brinquedos, canetas Parker e outros agrados para o senhor e para a senhora. No relógio da Sé, batiam as dezanove, anunciando o encerramento do comércio. Sentei-me nas escadas que servem de base ao Pelourinho. O Perdido chegou com os beiços untados pelos restos do osso e sentou-se ao meu lado. Ficamos os dois a olhar para o Cruzeiro. Lá dentro, o lustre esforçava-se por brilhar. As pessoas foram saindo dos cafés e dos comércios. As ruas esvaziavam-se de gente que ainda há pouco corria apressada com sacos de compras distribuídos pelos dedos das mãos. As últimas compras. Um bolo-rei e uma garrafa de vinho fino comprados no Vítor Abreu. O Espanhol fechava as portadas e não se vendiam mais peças de pano. Ou botões. O Pinçlas fechava a charcutaria e desaparecia pela Travessa do Zé Machado. Na Rua Direita, a livraria de portas verdes exibia nas montras as novidades e atendia os últimos clientes. Faziam-se embrulhos em papel fantasia, enlaçados com lacinhos feitos de fitas de várias cores. Em frente, o Chico Romão, fechava a porta e apressava-se a beber um tintinho no Nazaré. E a rua morria. E a rua morreu.
Regressamos ao 240 D estacionado à porta do cemitério. Abri o farnel que a velhinha Rucha me oferecera para “ partilhar com alguém muito especial”. As filhós douradas, moldadas por mãos experientes, estavam lindas e apetitosas. Parti uma ao meio e ofereci uma das metades ao Perdido.
- Feliz Natal, amigo.
As outras guardei. Eram para a Rosa. Liguei o rádio velhinho que sem pedir licença, debitava versos tristes:
Três estrelas de alumínio
A luzir num céu de querosene
Um bêbedo julgando-se César
Faz um discurso solene
Sombras chinesas nas ruas
Esmeram-se aranhas nas teias
Impacientam-se gazuas
Corre o cavalo nas veias
Há uma luz branca na barraca
Lá dentro uma sagrada família
À porta um velho pneu com terra
Onde cresce uma buganvília
É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,
Oiçam um choro de criança
Será branca negra ou mulata
Toquem as trompas da esperança
E assentem bem qual a data
A lua leva a boa nova
Aos arrabaldes mais distantes
Avisa os pastores sem teto
Tristes reis magos errantes
E vem um sol de chapa fina
Subindo a anunciar o dia
Dois anjinhos de cartolina
Vão cantando aleluia
É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,
Nasceu enfim o menino
Foi posto aqui à falsa fé
A mãe deixou-o sozinho
E o pai não se sabe quem é
É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells
(Carlos Tê / Rui Veloso)
Rui Machado
A cidade engalanou-se para mais uma quadra natalícia. Eu e o Perdido deixamos o velhinho 240 D estacionado no sítio de sempre e fomos ver as luzes de Natal. Diziam que estavam muito bonitas. Descemos a Almirante Reis. Havia muito gente. Na drogaria Luso não se cabia. Os pais juntavam os parcos tostões e compravam os brinquedos anunciados na televisão espanhola: carros, bonecas, naves espaciais, pistas de comboio…
Enquanto eu admirava a montra da Luso, o Perdido escapuliu-se para a porta do Talho Gino, a ver se lhe tocava um ossito. Atravessei a rua e vi a senhora velhinha que mora no 13. Tinha escrito os bilhetes-postais para toda a família desejando Um Santo Natal e um Próspero Ano Novo. Que bonitos eram! Comprara os postais aos balcões dos Correios, à Maria Cândida que parece que ainda era sua parenta. Perguntei-lhe se precisava de ajuda e ela percebendo que a minha intenção era outra, disse-me para passar lá por casa, tinha uma coisa para mim.
Não sabia do Perdido, decerto estava enfiado nalgum canto, entretido a roer o osso que o Gino lhe dera. Continuei a descer a rua. Em frente à Perfumaria Transmontana, parei. Gostava de parar por ali e sentir as essências emanadas pelos frasquinhos de vidro. Queria dar um daqueles à Rosa mas eram caros.
Era quarta-feira e não vi a minha Rosa. Não foi ao cemitério chorar na campa do marido. Esperei toda a tarde à porta do cemitério e nada. Nem lhe pude dar uma flor. Não lhe dei a flor. Coloquei-a na campa do marido da Rosa. Ali jazia Francisco Silveira, morto em combate. Devia ser bom homem pois a Rosa chorava tanto por ele. Nessa tarde de 24 de Dezembro de 1980, não vi a Rosa. E por não ver a Rosa, o dia não estava completo. Uma semana inteira à espera de a ver…
No outro lado da rua, na Pensão Internacional, nas vidraças das janelas viam-se umas luzinhas a piscar e uns sininhos dourados, recortados em papel metalizado comprado na Popular, logo ali abaixo. Desço um pouco mais e uma velhinha de cabelo branco apanhado num crutcho muito perfeitinho parecia esperar por alguém. Estava à porta da Pensão Rucha. Aproximei-me e a velhinha estendeu-me um farnel muito bem aconchegado num pano branco. Porque me oferecia a mim? Para partilhar com alguém especial, que merecesse. Agradeci à velhinha que envolta nas suas vestes negras, subiu as escadas e desapareceu. Cheirei o embrulho. Pareciam rabanadas ou seriam filhós?
Continuei pela Almirante Reis até à Praça da Sé. Na loja dos Coelhos vendia-se de tudo. No Ricardo tiravam-se retratos a meninos muito bem penteadinhos, com coletes aos losangos e calções pelo joelho. A Rosa D`Ouro vendia brinquedos, canetas Parker e outros agrados para o senhor e para a senhora. No relógio da Sé, batiam as dezanove, anunciando o encerramento do comércio. Sentei-me nas escadas que servem de base ao Pelourinho. O Perdido chegou com os beiços untados pelos restos do osso e sentou-se ao meu lado. Ficamos os dois a olhar para o Cruzeiro. Lá dentro, o lustre esforçava-se por brilhar. As pessoas foram saindo dos cafés e dos comércios. As ruas esvaziavam-se de gente que ainda há pouco corria apressada com sacos de compras distribuídos pelos dedos das mãos. As últimas compras. Um bolo-rei e uma garrafa de vinho fino comprados no Vítor Abreu. O Espanhol fechava as portadas e não se vendiam mais peças de pano. Ou botões. O Pinçlas fechava a charcutaria e desaparecia pela Travessa do Zé Machado. Na Rua Direita, a livraria de portas verdes exibia nas montras as novidades e atendia os últimos clientes. Faziam-se embrulhos em papel fantasia, enlaçados com lacinhos feitos de fitas de várias cores. Em frente, o Chico Romão, fechava a porta e apressava-se a beber um tintinho no Nazaré. E a rua morria. E a rua morreu.
Regressamos ao 240 D estacionado à porta do cemitério. Abri o farnel que a velhinha Rucha me oferecera para “ partilhar com alguém muito especial”. As filhós douradas, moldadas por mãos experientes, estavam lindas e apetitosas. Parti uma ao meio e ofereci uma das metades ao Perdido.
- Feliz Natal, amigo.
As outras guardei. Eram para a Rosa. Liguei o rádio velhinho que sem pedir licença, debitava versos tristes:
Três estrelas de alumínio
A luzir num céu de querosene
Um bêbedo julgando-se César
Faz um discurso solene
Sombras chinesas nas ruas
Esmeram-se aranhas nas teias
Impacientam-se gazuas
Corre o cavalo nas veias
Há uma luz branca na barraca
Lá dentro uma sagrada família
À porta um velho pneu com terra
Onde cresce uma buganvília
É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,
Oiçam um choro de criança
Será branca negra ou mulata
Toquem as trompas da esperança
E assentem bem qual a data
A lua leva a boa nova
Aos arrabaldes mais distantes
Avisa os pastores sem teto
Tristes reis magos errantes
E vem um sol de chapa fina
Subindo a anunciar o dia
Dois anjinhos de cartolina
Vão cantando aleluia
É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,
Nasceu enfim o menino
Foi posto aqui à falsa fé
A mãe deixou-o sozinho
E o pai não se sabe quem é
É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells
(Carlos Tê / Rui Veloso)
Rui Machado
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Visita ao lagar dos Azeites Milénium em Mirandela
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Algumas associações comerciais de Bragança estão à beira da rutura
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João Baptista Ribeiro Coelho
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Recorte do Jornal "Norte Transmontano" in:mogadourense.blogspot.pt |
de Orelhão, concelho de Mirandela, a 3 de Janeiro de 1858 e faleceu em Lis boa a 15 de Dezembro de 1928; filho de José Joaquim Ribeiro Coelho e de D. Benedita de Jesus, naturais de Lamas de Orelhão.
Concluído o curso de preparatórios nos liceus nacionais de Bragança, Braga e Seminário Diocesano desta última, onde também seguiu o curso teológico, que terminou em 1880; ordenando-se logo de presbítero foi, em Outubro de 1885, cursar em Coimbra a faculdade de direito, que terminou em 1890.
Ribeiro Coelho obteve sempre em todos os seus cursos as melhores classificações.
Para custear as despesas próprias, a educação de seus irmãos e prover às necessidades de seus pais, falhos de meios, desde logo começou a dedicar-se à leccionação e, em Coimbra, à elaboração da sebenta, na aula mais importante de cada ano. Durante a frequência do curso teológico regeu uma cadeira de literatura no colégio de S. Luís Gonzaga, em Braga, e outra de latim, e desde 1881 a 1885 professou aquela disciplina no do Espírito Santo, da mesma cidade. Desde 1890 a 1895 regeu no Real Colégio Militar de Lisboa as disciplinas de filosofia, história e geografia com notável apreço de colegas, discípulos e directores. Prior de Santos-o-Velho, de Lisboa, por carta régia de 9 de Fevereiro de 1899, de que tomou posse a 26 do mesmo mês, foi logo nomeado examinador pró-sinodal e, em Julho de 1907, desembargador efectivo da Relação e Cúria Patriarcal.
Foi deputado por Chaves na legislatura de 1897 a 1900 e por Bragança na de 1905 a 1906.
Escreveu:
Um desengano – O tio Libório. 1883. 8.° de XII-211 págs. Saíra primitivamente em jornais de que o autor era colaborador.
O Beneplácito. Braga, Tip. Lusitana, 1884. 8.° de 156 págs. e mais 3 inumeradas.
Saiu primeiro em artigos de polémica no Comércio do Minho a propósito da censura do ministro da Justiça ao Bispo da Guarda, por ter publicado a encíclica Humanum Genus, sem beneplácito régio.
Ensaio académico sobre a teoria do Imposto – Dissertação para a cadeira de ciência e legislação financeira na faculdade de direito. Coimbra, 1889.
Imprensa da Universidade. 1 vol. 8.° de XVI-99 págs. Saiu primeiro em O Instituto.
Discurso pronunciado na sessão de 24 de Janeiro de 1898, na Câmara dos Senhores Deputados. Lisboa, Imprensa Nacional, 1898. 8.° de 15 págs.
Discursos sobre a actual lei de instrução secundária, proferidos na Câmara dos Deputados nas sessões de 10 de Maio e 10 de Junho de 1898. Lisboa. 8.° de 25 págs.
Discurso pronunciado na sessão de 10 de Junho de 1899.Braga, 1900. 8.° de 14 págs.
Em 1902 pronunciou na Sé Patriarcal o discurso do 1.° de Dezembro, que depois foi impresso em folheto de 22 págs., e publicou também muitos de processos jurídicos importantes. Tem trabalhos jurídicos e discursos religiosos em preparação para serem publicados.
A Sicília e a Calábria – Discurso proferido na Basílica da Estrela, em 12 de Fevereiro de 1909. Braga, 1909. 8.° de 14 págs.
José Luciano de Castro – Discurso pronunciado nas exéquias celebradas na igreja da Encarnação, de Lisboa, em 11 de Maio de 1914. Lisboa. 8.° de 28 págs.
Correm também impressos os discursos que pronunciou nas sessões da Câmara dos Deputados de 15 e 16 de Março de 1898 sobre liberdade de imprensa, que abrangem 26 págs. in-8.°
Colaborou nos seguintes periódicos: Correio da Noite, Correio Nacional, Amigo da Religião, Norte Transmontano, Círculo das Caldas,Mundo Legal e Judiciário e em diversos números únicos de publicações extraordinárias.
Pouco depois da sua ordenação de presbítero foi encarregado da direcção do Comércio do Minho, à frente do qual se conservou até 1885, dirigindo e redigindo também nesse tempo a Semana Religiosa e a União.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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Discussão pública sobre a reforma da floresta com a presença de Capoulas Santos
Alfândega da Fé recebe no próximo dia 5 de dezembro um debate público sobre a Reforma da Floresta. A iniciativa promovida pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural surge no âmbito do período de discussão pública alargada sobre o conjunto de medidas legislativas aprovadas pelo Governo para o setor florestal.
A sessão vai decorrer na Casa da Cultura Mestre José Rodrigues, a partir das 15h00 e conta com a presença do Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos e do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural Amândio Torres.
Esta ação insere-se num conjunto de debates e apresentações que o governo está a levar a cabo sobre a Reforma da Floresta com o objetivo de promover o envolvimento direto das autarquias, instituições de ensino, sociedade civil e associações e organizações do setor neste processo.
A sessão vai decorrer na Casa da Cultura Mestre José Rodrigues, a partir das 15h00 e conta com a presença do Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos e do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural Amândio Torres.
Esta ação insere-se num conjunto de debates e apresentações que o governo está a levar a cabo sobre a Reforma da Floresta com o objetivo de promover o envolvimento direto das autarquias, instituições de ensino, sociedade civil e associações e organizações do setor neste processo.
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TVR INFORMAÇÃO | 03/12/2016
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José Francisco Trindade Coelho
Doutor em direito pela Universidade de Coimbra, onde concluiu a sua formatura em 1885. Nasceu no Mogadouro a 18 de Junho de 1861, sendo filho de João Trindade, comerciante.
Suicidou-se em Lisboa a 9 de Agosto de 1908, parece que por desgostos políticos. Um ano antes havia ele pedido a demissão do cargo de procurador régio, como protesto contra a ditadura de João Franco e um pouco, também, para captar as fáceis lisonjas que a imprensa exaltada teceria à sua isenção de proceder, isenção que, explorada para os efeitos de combate de alguns dias, logo foi esquecida, deixando-se entregue aos próprios recursos quem tão custosamente comprara essa fementida aura popular. A esta fase política correspondeu na ordem moral o que o levou a produzir o Manual Político do Cidadão Português. Entrou na magistratura, sendo em 1886 nomeado delegado da comarca do Sabugal, graças à interferência do grande escritor Camilo Castelo Branco que, sem o conhecer pessoalmente, pediu ao ministro o seu despacho, tanto, já então, lhe apraziam as suas qualidades literárias.
Foi transferido para Portalegre por decreto de 9 de Abril desse ano e depois para Ovar por decreto de 19 de Fevereiro de 1890; nomeado para exercer as funções do Ministério Público perante o juiz auxiliar do 2.° distrito criminal da comarca de Lisboa por decreto de 20 de Setembro seguinte. Extinto este tribunal, por decreto de 15 de Setembro de 1892,
ficou adido à magistratura do Ministério Público.
Por decreto do Ministério da Fazenda de 16 de Março de 1893 foi encarregado de exercer provisoriamente as funções de agente do Ministério Público nos processos de execuções fiscais administrativas do 1.° bairro de Lisboa.
Nomeado delegado do procurador régio na comarca de Sintra, por decreto de 25 de Abril de 1895, foi transferido depois para a 3.ª vara da comarca de Lisboa, por decreto de 31 de Outubro do referido ano (149).
O seu retrato vem na 3.ª edição de Os Meus Amores, e também em O Recreio, número correspondente a 8 de Janeiro de 1894, acompanhado de alguns dados biográficos, e no Portugal – Dicionário histórico, artigo «Trindade Coelho» acompanhado de notas biográficas.
A resenha das obras deste ilustre bragançano, honra da nossa terra, é numerosa. Eis as de que temos notícia:
Os Meus Amores. Contos e Baladas. 3.ª edição muito aumentada. Paris, Livraria Aillaud & C.ª, 1901. 4.° de 423 págs. compreendendo as apreciações de diversos críticos feitas à obra. É um monumento literário eminentemente nacional, o que é raro encontrar-se na nossa estrangeirada literatura.
As tradições do distrito de Bragança, o modo de ser psicológico e etnográfico de seus habitantes, que são os amores do autor, constituem o assunto da obra, superior, talvez, em seu género a todas as da península.
Acha-se traduzida em espanhol e francês.
Mãe. Um conto, edição em benefício dos pobres.
Campo de Flores, por João de Deus. Exame da chamada edição autêntica e definitiva, com Alfredo Cunha.
Dezoito anos em África – Notas e documentos para a biografia do conselheiro José de Almeida. Lisboa, 1898. 8.° de XIV-539 págs. e retrato de José de Almeida. Saiu anónimo.
Recursos em Processo Criminal das decisões finais e das interlocutórias. 2.ª edição, aumentada do livro «Recursos Finais em Processo Criminal». Coimbra, 1901. 1 vol. 8.° Incidentes em Processo Civil – Explicação prática dos artigos 292.° a 356.° do Código do Processo Civil, seguido de um formulário. 300 págs. Paris, Livraria Aillaud & C.ª, 1903. 1 vol. 8.° Lisboa.
Anotações ao Código Penal e à Legislação Penal em vigor, compreendendo os casos julgados e os artigos doutrinários que depois da nova reforma penal de 14 de Junho de 1884 figuram em todos os jornais jurídicos do país. Lisboa, Empresa da História de Portugal, 1903. 8.° de 517 págs.
Código do Processo Penal (proposta e relatório) com o conselheiro Francisco Maria Veiga. Apresentado à Câmara dos Deputados na sessão de 6 de Março de 1899.
Regulamento do Ministério Público (por incumbência e em poder do Governo).
Direito Romano – Resumo das doutrinas de Waldeck.
Roteiro dos processos especiais – Exposição prática dos artigos 406.° a 776.° do Código do Processo Civil. Em apêndice: Os decretos sobre acções de pequeno valor e despejo dos prédios rústicos e urbanos. Coimbra, 1907. 1 vol. 8.°
O Marquês de Pombal – Discurso proferido no comício antijesuítico no Teatro Académico de Coimbra no dia 7 de Maio de 1882.
À beira da campa de António de Pina Calado, terceiranista de direito (discurso).
Parábola dos sete vimes na qual figura um pai com seus sete filhos seguida de conselhos úteis. Lisboa, Livraria Moderna,1900. 4.° de 11 págs. Este opúsculo é o primeiro duma série de «Folhetos para o Povo» escritos pelo autor no intuito altamente humanitário e patriótico de ilustrar os seus conterrâneos do distrito de Bragança, fazendo-os entrar no conhecimento dos seus interesses e modo de os realizar.
Rimas à Nossa Terra – Versos oferecidos aos que foram vereadores da Câmara Municipal de Mogadouro, extinta por decreto de 12 de Novembro de 1900. É o segundo da série.
Remédio contra a Usura ou Conselhos aos habitantes de Mogadouro para que fundem uma Caixa Económica. Lisboa, Livraria Moderna, Editora, 1901. 19 págs. É o terceiro da série.
Loas à Cidade de Bragança para que não entregue o seu mando senão aos seus filhos. Lisboa, Livraria Moderna, Editora. 7 págs. Todos estes folhetos eram distribuídos gratuitamente pelo benemérito autor.
Cartilha do Povo ou Breve compêndio dos seus direitos e obrigações para uso dos habitantes do concelho de Mogadouro e de todo o distrito de Bragança.
Livraria Aillaud & C.ª, Paris-Lisboa, 1901. 16.° de 31 págs.
A Minha Candidatura por Mogadouro (Costumes Políticos em Portugal).
Lisboa, Tip. A. de Mendonça, 1901. 8.° de 134 págs. e mais 3 inumeradas.
A Cartilha Maternal e a Crítica, por João de Deus. (Prefácio).
Toireiros e Toiradas, por José Pampilho. (Prefácio).
Pécheur d’Island, de Pierre Loti. (Tradução).
In illo tempore, Estudantes, Lentes e Futricas. Paris-Lisboa, 1902. 8.° de 422 págs. com 97 fotogravuras. É um primoroso livro material e intelectualmente bem feito, onde a vida académica de Coimbra se encontra belamente retratada na enérgica prosa dum artista de génio. Os desenhos das estampas são de António Augusto Gonçalves e representam plantas e vistas de Coimbra, tipos de habitantes, usanças, costumes e trajes da Universidade e objectos que lhe dizem respeito.
Referente a este livro apareceu: «Notas críticas ao “In illo tempore” de Trindade Coelho», por J. de M. F. F. N. Porto, 1910. 76 págs.
O Senhor Sete – Tradições populares da terra do autor (em via de preparação).
As Terras de Bragança (em preparação).
Liberdade de Imprensa – Proposições apresentadas ao Congresso da União Internacional de Direito Penal.
Estatutos da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras de Lisboa.
Lei de 21 de Julho de 1899 – Sobre editores de jornais e respectivo relatório.
Manual Público do Cidadão Português. 1906. A primeira edição esgotou-se logo e na seguinte traz o título: «Manual Político do Cidadão Português», 2.ª edição actualizada e muito aumentada, prefácio de Alberto de Oliveira, ministro de Portugal na Suíça. Porto, Tip. a vapor da Empresa Literária e Tipográfica, 1908. 8.° de XVI-720 págs.
Este livro provocou «À Cabra Cega» em lugar de um livro por um homem atarefado demais para o fazer, crítica alegre ao cartapácio «Manual Político» do sr. doutor Trindade Coelho, por Venceslau Policarpo Banana, pseudónimo do doutor Artur Bivar. Guarda, Casa Editora Católica «Veritas», 1906. 8.° peq. de 122 págs. e uma inumerada.
Fundou os seguintes jornais: A Porta Férrea, de Coimbra; Panorama contemporâneo, idem; Correspondência de Portalegre, de Portalegre; Gazeta de Portalegre, idem; Revista Nova, de Lisboa (com Alfredo da Cunha); A Tribuna, de Lisboa (com Pires Avelanoso e Silva Cordeiro); Revista de Direito e Jurisprudência, de Lisboa (com o doutor Francisco Maria Veiga); Boletim Parlamentar do Distrito de Bragança, de Lisboa. Era mensal e saía nos primeiros dias de cada mês. Começou em Fevereiro de 1901. Tinha por fim referir tudo quanto os deputados pelo distrito de Bragança fizessem no Parlamento a favor do nosso distrito, emolando-os assim a tratarem a valer das nossas coisas.
Teve redacção literária efectiva nos seguintes: O Progressista, de Coimbra; O Imparcial de Coimbra, idem; O Portugal, de Lisboa; O Repórter, idem; Novidades, idem; Pontos nos i i, idem.
E colaborou nos seguintes: Jornal da Manhã, do Porto (Cartas de Coimbra); Folha da Tarde, de Lisboa (Crónica de Coimbra); Diário Ilustrado, idem (Crónicas de Coimbra e Cartas alentejanas); Revista do Foro Português, do Porto; Instituto, de Coimbra; Revista Ilustrada, de Lisboa; Revista Ilustrada, de Paris; A Alvorada, de Vila Nova de Famalicão; A Nova Alvorada, idem; A Leitura, de Lisboa; Branco e Negro, idem; Correio da Noite, idem; A Tradição, de Serpa; Tirocínio, Beira e Douro, e colaboração avulsa em muitos jornais e revistas, de Lisboa e províncias; arte e crítica literária.
Terra Mater (brinde do Diário de Notícias, n.° 32). Lisboa, 1906. 1 vol. 8.°
A B C do Povo (com desenhos de Rafael Bordalo Pinheiro). Livraria Aillaud, Lisboa, 1901. 8.° de 70-16 págs. Neste sistema de ensino do A B C, as crianças fixam as letras naturalmente com o auxílio duma mnemónica, composta de figuras de objectos e animais à primeira vista conhecidos por elas, cujos nomes correspondem ao som de cada letra. Teve 2.ª edição em 1902.
Guilherme Augusto Candeias, professor da escola oficial da freguesia de S. Nicolau, no Porto, e, mais tarde, subinspector primário em Bragança, publicou em a Educação Nacional daquela cidade uma severa crítica a este sistema de ensino que dizia ser inferior ao Método Português de António Feliciano de Castilho com o qual tem certas relações, unicamente por recorrerem ambos a processos mnemónicos. Esta crítica corre numa separata in-4.° com 8 págs.
Pão Nosso ou leituras elementares e enciclopédicas para uso do povo. Aillaud & C.ª, editores, Paris-Lisboa, 1904. 8.° peq. de VI-511 págs. com muitas gravuras intercaladas no texto.
O Primeiro Livro de Leitura, Paris, Aillaud & C.ª, 8.° de 136 págs. É destinado às crianças da 1.ª classe das escolas primárias.
O Segundo Livro de Leitura. 8.° de 200 págs. É destinado às crianças das 2.ª e 3ª classes. Mesma casa editora e ano.
O Terceiro Livro de Leitura. 8.° de 300 págs. Para as crianças da 4.ª classe. Mesma casa editora, 1903.
Estes livros formam uma espécie de enciclopédia tendente a ministrar às crianças, por forma simples e acessível, noções elementares dos mais variados conhecimentos científicos, ao mesmo tempo que o fim educativo moral é atingido sob a forma atraente e engenhosa de pequenos contos.
São completamente originais do autor e não colecções de trechos, como geralmente costuma fazer-se em obras deste género; além disso a nitidez da impressão, o bem acabado das gravuras, representando «as nossas construções e respectivo mobiliário caseiro, as nossas alfaias agrícolas, os instrumentos das nossas artes e ofícios, os nossos animais e os nossos vegetais e até os nossos trajes e costumes populares de várias regiões e scenas da vida agrícola, rural e marítima do país e das ilhas», tornam-nos recomendáveis pela inspiração patriótica que sugerem e intensamente aptos para despertar nas crianças o gosto pelo estudo e desejo de saber.
Com tais requisitos, sendo a obra de Trindade Coelho genuinamente portuguesa de lei por tudo, parece que devia satisfazer as condições do «Anuncio do concurso de livros para o ensino primário e normal de 29 de Outubro de 1902», na parte que lhes dizia respeito; no entanto, a «Commissão technica permanente», encarregada de examinar os diversos livros
apresentados a esse concurso (de que era vogal o nosso condiscípulo e amigo padre Alípio Albano Camelo, doutor em direito, professor do Liceu Central de Lisboa, cargo para que fora nomeado por decreto de 19 de Setembro de 1902), em seu parecer de 27 de Julho de 1903, rejeitou-a. Sobre os motivos em que se fundamentou, veja-se o Boletim da Direcção-Geral de Instrução Pública, Março 1904, págs. 37, 59 e 63.
Primeiras Noções de Educação Cívica. Adoptado oficialmente no ensino primário. Paris-Lisboa, 1906, Livraria Aillaud & C.ª, 8.° peq. de 63 págs.
Exposição dirigida ao Conselho Superior de Instrução Pública para os efeitos da 2.ª alínea do n.° 9 do artigo 6.° do Decreto de 24 de Dezembro de 1901.
Lisboa, Tip. de M. A. Brandão & C.ª, Aillaud & C.ª, editores, 1903. 1 vol. 4.° Recurso interposto nos termos e para os efeitos do § 3.° do artigo 350.° do Regulamento de instrução primária de 19 de Dezembro de 1902. Lisboa, 1903. 1 vol. 4.°
A 14 de Maio de 1911 a Câmara Municipal do Mogadouro, com assistência do doutor João de Freitas, governador civil do distrito de Bragança e do doutor Henrique Trindade Coelho, filho do escritor, fez colocar na casa onde nasceu Trindade Coelho, rua do Largo de S. Sebastião, que passou a denominar-se largo Trindade Coelho, uma lápide de mármore em que se lê a seguinte inscrição:
CASA ONDE NASCEU,
A 18 DE JUNHO DE 1861,
O GRANDE ESCRIPTOR E MAGISTRADO
JOSÉ FRANCISCO TRINDADE COELHO
FALLECIDO EM LISBOA A 9-8-1908.
A Maçonaria portuguesa, principalmente o Grémio Solidariedade, de que Trindade Coelho foi o fundador, promoveu durante alguns anos uma manifestação de homenagem ao coval onde ele repousa no cemitério dos Prazeres a que presidiu, algumas vezes, Magalhães Lima, grão-mestre da Maçonaria, chegando na de 10 de Agosto de 1913 a lançar a primeira pedra no monumento sepulcral a erigir-lhe, do que de tudo deu minuciosa resenha o Diário de Notícias de 12 de Agosto de 1912.
Há quem acuse Trindade Coelho de filho menos grato, por cortar as relações com seu pai, que muito se sacrificou para lhe dar posição, após a frequência do primeiro ano de direito e por casar poucos meses depois da sua morte. Na sua Autobiografia, publicada depois do seu falecimento, no Diário de Notícias de Setembro de 1908, declara que foi reprovado no primeiro ano de direito e que seu pai nas férias «quási lhe não falou durante dois mezes, e no fim não lhe deu a mezada para voltar para Coimbra», tendo portanto de viver lá à custa do seu trabalho de leccionações, «pois não quiz aceitar mais a mesada paterna».
Trindade Coelho era pai do doutor Henrique Trindade Coelho, nascido já fora do distrito de Bragança, notável escritor, autor das seguintes publicações:
Carvões, Amores Novos, Ferro em Brasa e actual representante de Portugal junto do governo italiano.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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Em Nome do Povo
Quantos milhares de euros se poupariam se acabássemos com a feira de vaidades que constituem as inaugurações?
Inaugura-se a rua, o paralelo, a exposição, o w.c., a ponte, a estrada...inaugura-se a inauguração...
Mais. Deveria ser proibido colocar nas placas de inauguração o nome de personagens que, por força do voto popular, estiveram, ao tempo, à frente das instituições democráticas. Desde Ministros, Secretários de Estado, Autarcas...e por aí fora.
A ter que haver placas diriam apenas:
Inaugura-se a rua, o paralelo, a exposição, o w.c., a ponte, a estrada...inaugura-se a inauguração...
Mais. Deveria ser proibido colocar nas placas de inauguração o nome de personagens que, por força do voto popular, estiveram, ao tempo, à frente das instituições democráticas. Desde Ministros, Secretários de Estado, Autarcas...e por aí fora.
A ter que haver placas diriam apenas:
INAUGURADO DIA ../../....(para memória futura)
Obviamente que no caso da obra ser feita com dinheiro do próprio bolso, seria de todo legitimo colocar uma placa com o nome do benemérito.
Obras públicas são obras feitas com o dinheiro do POVO. Com que direito consta, para a posteridade, o nome de quem não meteu um cêntimo que fosse a mais do que fez qualquer outro contribuinte?
Façam contas e multipliquem por milhões...
E...também são os contribuintes que pagam as merendas, sempre para os mesmos comerem, e que dariam para muitos milhares, que efetivamente precisam, comerem todo o ano.
Façam contas...!
Depois de feitas, coloquem-se as obras ao serviço das pessoas e ponto final!
E...também são os contribuintes que pagam as merendas, sempre para os mesmos comerem, e que dariam para muitos milhares, que efetivamente precisam, comerem todo o ano.
Façam contas...!
Depois de feitas, coloquem-se as obras ao serviço das pessoas e ponto final!
HM
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Sinalizados 47 novos casos de violência sobre idosos no distrito
No âmbito do projeto BPI Idosos, desenvolvido pela Associação dos Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança (ASMAB) foram sinalizadas 47 novas participações de violência sobre idosos, oito delas feitas por entidades, 23 pela sociedade civil (vizinhos e anónimos), sete por presidentes de junta e nove pelas próprias vítimas.
"Os idosos são alvo de filhos, netos, noras, genros", deu conta Teresa Fernandes, responsável pelo Projeto BPI Idosos.
A iniciativa decorreu ao longo de um ano em todo o distrito de Bragança. Permitiu realizar 185 ações de informação/sensibilização, com um total de 3547 participantes. Foi feita formação para técnicos e colaboradores de Instituições Particulares de Solidariedade Social num total de 360, das quais 344 foram mulheres e 16 homens. "Chegamos a um número significativo de pessoas que também levarão a mensagem a outros", acrescentou Teresa Fernandes, que faz um balanço positivo desta ação que envolveu os 12 concelhos. "Julgo que as pessoas agora estão mais atentas para esta problemática", acrescentou.
Glória Lopes
in:mdb.pt
"Os idosos são alvo de filhos, netos, noras, genros", deu conta Teresa Fernandes, responsável pelo Projeto BPI Idosos.
A iniciativa decorreu ao longo de um ano em todo o distrito de Bragança. Permitiu realizar 185 ações de informação/sensibilização, com um total de 3547 participantes. Foi feita formação para técnicos e colaboradores de Instituições Particulares de Solidariedade Social num total de 360, das quais 344 foram mulheres e 16 homens. "Chegamos a um número significativo de pessoas que também levarão a mensagem a outros", acrescentou Teresa Fernandes, que faz um balanço positivo desta ação que envolveu os 12 concelhos. "Julgo que as pessoas agora estão mais atentas para esta problemática", acrescentou.
Glória Lopes
in:mdb.pt
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IPB quer recuperar viveiro de trutas de França e Casa da Lama Grande
Um mês depois de o ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor, ter exortado os investigadores a criar uma rede de "serras ou montanhas de investigação", o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) apresentou, no passado sábado, o projeto Montesinho Montanha de Investigação, o mais adiantado da rede de laboratórios de Montanha, que envolve outros dois projetos-piloto, nomeadamente a Serra da Estrela e a montanha do Pico nos Açores.
"Montanhas com características únicas e específicas", ressalvou Manuel Heitor.
A ideia do ministro é que as serras sejam “laboratórios vivos” para fazer investigação. “O objetivo é transformar algumas montanhas em laboratórios para pertencerem à Rede Europeia de Biosfera, como é o caso da Serra do Montesinho, onde se possa fazer investigação porque é uma forma de valorizar a ciência, dando-lhe mais relevância social, mas também económica e científica”, descreveu Manuel Heitor, que quer "criar novas centralidades de investigação e novos desafios".
Glória Lopes
in:mdb.pt
"Montanhas com características únicas e específicas", ressalvou Manuel Heitor.
A ideia do ministro é que as serras sejam “laboratórios vivos” para fazer investigação. “O objetivo é transformar algumas montanhas em laboratórios para pertencerem à Rede Europeia de Biosfera, como é o caso da Serra do Montesinho, onde se possa fazer investigação porque é uma forma de valorizar a ciência, dando-lhe mais relevância social, mas também económica e científica”, descreveu Manuel Heitor, que quer "criar novas centralidades de investigação e novos desafios".
Glória Lopes
in:mdb.pt
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Associação Comercial de Miranda do Douro promove plataforma digital para dinamizar rede de promotores turísticos
A Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD) pretende investir cerca de 145 mil euros, na criação de uma plataforma digital, onde estarão envolvidos todos os operadores turísticos do concelho de forma a trabalharem em rede.
“O setor do turismo não está ser bem explorado e entendemos dinamizar um projeto que ajude a promover Miranda do Douro e ao mesmo tempo fixar turistas o mais tempo possível na concelho de forma a potenciar a economia local “, explicou ao Mensageiro, o presidente da ACIMD, César João.
A iniciativa tem a designação de E-Turísm- Projeto de Reforço e Promoção Turística de Miranda do Douro e conta com a comparticipação financeira de fundo comunitários através do programa Portugal 2020.
Francisco Pinto
in:mdb.pt
“O setor do turismo não está ser bem explorado e entendemos dinamizar um projeto que ajude a promover Miranda do Douro e ao mesmo tempo fixar turistas o mais tempo possível na concelho de forma a potenciar a economia local “, explicou ao Mensageiro, o presidente da ACIMD, César João.
A iniciativa tem a designação de E-Turísm- Projeto de Reforço e Promoção Turística de Miranda do Douro e conta com a comparticipação financeira de fundo comunitários através do programa Portugal 2020.
Francisco Pinto
in:mdb.pt
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IPSS injetam mais de 30 milhões de euros nas economias familiares do distrito
As 124 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do distrito de Bragança transferem mais de 30 milhões de euros anualmente para as economias familiares dos 12 concelhos, à razão de um valor superior aos 2,5 milhões por mês, só em ordenados.
Ao todo empregam perto de 3600 trabalhadores e nos anos considerados de crise não seguiram o caminho do despedimentos, mas da contratação de funcionários.
peso do chamado terceiro sector, sobretudo das IPSS, é "muito importante", referiu o Pe. Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) durante o I Encontro da União de IPSS do Distrito de Bragança, que teve lugar na passada sexta-feira, 25, no auditório do Nerba - Associação Empresarial de Bragança.
No total das IPSS distritais, 94 contam com acordos com a Segurança Social, que se traduzem em mais de 350 acordos de cooperação.
Glória Lopes
in:mdb.pt
Ao todo empregam perto de 3600 trabalhadores e nos anos considerados de crise não seguiram o caminho do despedimentos, mas da contratação de funcionários.
peso do chamado terceiro sector, sobretudo das IPSS, é "muito importante", referiu o Pe. Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) durante o I Encontro da União de IPSS do Distrito de Bragança, que teve lugar na passada sexta-feira, 25, no auditório do Nerba - Associação Empresarial de Bragança.
No total das IPSS distritais, 94 contam com acordos com a Segurança Social, que se traduzem em mais de 350 acordos de cooperação.
Glória Lopes
in:mdb.pt
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Caçador encontra ossadas humanas em Ventozelo que se suspeita serem de octogenária desaparecida em Junho
Um caçador encontrou ossadas humanas, ontem em Ventozelo, Mogadouro. As autoridades estão a investigar os restos mortais que se suspeita tratarem-se de uma idosa desaparecida daquela aldeia em Junho passado.
As ossadas foram encontradas pelas 16h30 por um caçador a cerca de 2 quilómetros de Ventozelo.
Fonte da GNR de Bragança adiantou que tomou as diligências necessárias para enviar as ossadas para o Instituto de Medicina Legal de Bragança ainda este domingo, onde será agora analisado.
A 6 de Junho uma mulher de 82 anos que vivia sozinha em Ventozelo desapareceu e apesar das buscas coordenadas pela GNR na altura a idosa não foi encontrada.
Para além dos militares da GNR, estiveram no local a Protecção Civil Municipal, os bombeiros e a Polícia Judiciária, que será a responsável pela investigação.
Escrito por Brigantia
As ossadas foram encontradas pelas 16h30 por um caçador a cerca de 2 quilómetros de Ventozelo.
Fonte da GNR de Bragança adiantou que tomou as diligências necessárias para enviar as ossadas para o Instituto de Medicina Legal de Bragança ainda este domingo, onde será agora analisado.
A 6 de Junho uma mulher de 82 anos que vivia sozinha em Ventozelo desapareceu e apesar das buscas coordenadas pela GNR na altura a idosa não foi encontrada.
Para além dos militares da GNR, estiveram no local a Protecção Civil Municipal, os bombeiros e a Polícia Judiciária, que será a responsável pela investigação.
Escrito por Brigantia
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Apresentação de vídeo contra violência assinala dia internacional da pessoa com deficiência
A ASCUDT - a Associação Sócio-Cultural dos Deficientes de Trás-os-Montes - assinalou o dia internacional da pessoa com deficiência com um workshop de prevenção de negligência e maus tratos e a apresentação de um vídeo sobre a violência intitulado “Eu sou contra. E tu?”.
Uma forma de alertar a comunidade para os vários tipos de violência, doméstica, contra idosos, no namoro, infantil e contra os animais, e que contou com mensagens do presidente da câmara de Bragança, de representantes de estudantes do Instituto Politécnico e dos Bombeiros da cidade, entre outros. “O objectivo principal é sensibilizar a comunidade para todo o tipo de maus-tratos, negligência e violência, contra todos os seres. Um vídeo está mais acessível e é mais fácil de divulgar nas redes sociais e nos meios digitais”, explica Manuela Miranda, directora da instituição.
Uma problemática que afecta também os portadores de deficiência como assumiu a responsável.
No workshop que decorreu sexta-feira no auditório da PSP, em Bragança, o comandante desta força policial, Amândio Correia, adiantou que os números de violência doméstica não têm tido tendência a aumentar, tendo-se registado nos últimos anos uma média de 108 casos, na área de abrangência da PSP de Bragança.
“Temos nesta altura, tendo em conta os últimos 6 anos, uma média de 108 casos. O ano passado houve 90 casos e este ano estamos até ao início de Dezembro com 105 casos ”, adiantou.
Já no que diz respeito à violência contra idosos as denúncias têm vindo a aumentar no distrito, de acordo com a responsável do projecto direcionado a esta faixa etária do Núcleo de Atendimento à Vítima de Bragança. Irina Narquel adiantou que entre Outubro de 2015 e Setembro deste ano houve 47 sinalizações.
“Aumentou o número de denúncias, aumentou significativamente a prevalência de idosos vítimas de violência doméstica. Desenvolvemos um projecto especificamente dessa área e esse aumento tem a ver com a consciencialização social desta problemática, as campanhas de prevenção têm resultados positivos”, refere.
Ao longo da semana passada foram várias as instituições do distrito que não deixaram passar em branco o dia internacional da pessoa com deficiência, que se assinala a 3 de Dezembro.
Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro
Uma forma de alertar a comunidade para os vários tipos de violência, doméstica, contra idosos, no namoro, infantil e contra os animais, e que contou com mensagens do presidente da câmara de Bragança, de representantes de estudantes do Instituto Politécnico e dos Bombeiros da cidade, entre outros. “O objectivo principal é sensibilizar a comunidade para todo o tipo de maus-tratos, negligência e violência, contra todos os seres. Um vídeo está mais acessível e é mais fácil de divulgar nas redes sociais e nos meios digitais”, explica Manuela Miranda, directora da instituição.
Uma problemática que afecta também os portadores de deficiência como assumiu a responsável.
No workshop que decorreu sexta-feira no auditório da PSP, em Bragança, o comandante desta força policial, Amândio Correia, adiantou que os números de violência doméstica não têm tido tendência a aumentar, tendo-se registado nos últimos anos uma média de 108 casos, na área de abrangência da PSP de Bragança.
“Temos nesta altura, tendo em conta os últimos 6 anos, uma média de 108 casos. O ano passado houve 90 casos e este ano estamos até ao início de Dezembro com 105 casos ”, adiantou.
Já no que diz respeito à violência contra idosos as denúncias têm vindo a aumentar no distrito, de acordo com a responsável do projecto direcionado a esta faixa etária do Núcleo de Atendimento à Vítima de Bragança. Irina Narquel adiantou que entre Outubro de 2015 e Setembro deste ano houve 47 sinalizações.
“Aumentou o número de denúncias, aumentou significativamente a prevalência de idosos vítimas de violência doméstica. Desenvolvemos um projecto especificamente dessa área e esse aumento tem a ver com a consciencialização social desta problemática, as campanhas de prevenção têm resultados positivos”, refere.
Ao longo da semana passada foram várias as instituições do distrito que não deixaram passar em branco o dia internacional da pessoa com deficiência, que se assinala a 3 de Dezembro.
Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro
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Autoridades investigam ossadas que suspeitam ser de idosa desaparecida em junho em Ventozelo
As autoridades estão a investigar ossadas humanas encontradas hoje por um caçador perto da aldeia de Ventozelo, no concelho de Mogadouro, que se suspeita serem de uma idosa desaparecida em junho, avançou à Lusa fonte da GNR.
Fonte do Comando Distrital de Bragança da GNR disse à agência Lusa que as ossadas humanas encontradas hoje em Ventozelo já foram transportadas para o Gabinete de Medicina Legal em Bragança para análise.
Segundo a mesma fonte, suspeita-se que as ossadas são as de uma mulher de 81 anos de idade, desaparecida no passado dia 07 de junho em, Ventozelo, no distrito de Bragança, um facto que na altura à mobilização de diversos meios de regaste entre bombeiros, GNR, Proteção Civil Municipal, populares, entre outras autoridades.
"Junto às ossadas foi encontrada uma aliança em ouro, o que nos leva a sopor que pertençam à senhora desaparecida e daí a ligação com o caso", adiantou a fonte da GNR.
O alerta foi dado cerca de 16 horas.
A GNR tomou conta da ocorrência, passando a investigação para a esfera da Polícia Judiciária.
FYP// ATR
Lusa /fim
Fonte do Comando Distrital de Bragança da GNR disse à agência Lusa que as ossadas humanas encontradas hoje em Ventozelo já foram transportadas para o Gabinete de Medicina Legal em Bragança para análise.
Segundo a mesma fonte, suspeita-se que as ossadas são as de uma mulher de 81 anos de idade, desaparecida no passado dia 07 de junho em, Ventozelo, no distrito de Bragança, um facto que na altura à mobilização de diversos meios de regaste entre bombeiros, GNR, Proteção Civil Municipal, populares, entre outras autoridades.
"Junto às ossadas foi encontrada uma aliança em ouro, o que nos leva a sopor que pertençam à senhora desaparecida e daí a ligação com o caso", adiantou a fonte da GNR.
O alerta foi dado cerca de 16 horas.
A GNR tomou conta da ocorrência, passando a investigação para a esfera da Polícia Judiciária.
FYP// ATR
Lusa /fim
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José Marques de Sampaio e Melo Constantino
...ou, melhor, Constantino, o «Rei dos Floristas», como é geralmente conhecido. Célebre artista; nasceu em Moncorvo a 18 de Agosto de 1802 e faleceu em França, na sua quinta de Tercy, junto a Paris, a 14 de Janeiro de 1873. Era filho bastardo de boa família que, para encobrir o seu nascimento, o mandou criar na povoação do Larinho, concelho de Moncorvo, indo depois passar a adolescência na vila da Alfândega da Fé, em casa do tendeiro António José Cândido, voltando em seguida para Moncorvo como criado grave para casa nobre. Foi um ano noviço no convento de S. Francisco de Moncorvo. Em 1820 assentou praça em caçadores n.° 5, que então estava em Viseu, chegou a cabo de esquadra e foi com o seu batalhão para as ilhas dos Açores, onde aprendeu a fazer flores, casou e teve baixa do serviço. Em 1828, entrando as tropas liberais nos Açores, veio para Portugal e assentou praça no batalhão de voluntários realistas de Vila Flor, sendo este o motivo porque alguns o fazem natural desta vila. Esteve no cerco do Porto em 1832 com o seu batalhão, sendo já primeiro sargento, promovido a porta-bandeira por distinção no combate de 29 de Setembro desse ano. Em 1833 foi com o seu batalhão para o cerco de Lisboa e, seguindo todas as fases da luta fratricida até à convenção de Évora-Monte, marchou com o seu rei para o estrangeiro, aportando a Génova (Itália) a 5 de Junho de 1834, onde se aperfeiçoou na factura das flores e aprendeu os segredos da confecção das tintas no estabelecimento de madame Vieillard.
Partiu depois para Paris, aspiração dos seus sonhos de artista, onde chegou a 13 de Dezembro de 1834, tendo visitado na jornada as fábricas de flores de Turim e Lyon. Mr. Flamet, célebre florista, em casa de quem se apresentou com uma carta recomendatária de madame Vieillard, para o experimentar,mandou-lhe fazer um ramo de flores de penas, que a Guarda Nacional comprou por quinhentos francos (90$000 réis) para o oferecer à rainha D. Amélia, esposa de D. Luís Filipe, que ficou encantada. «Desde então a fama de Constantino foi universal e com razão; imitava pasmosamente as flores naturais, tanto na flexibilidade, cor, aromas e frescura, como em todos os mais acidentes da natureza».
Quando, em 1844, casou a princesa D. Clementina, sua mãe, a rainha D. Maria Amélia, esposa de D. Luís Filipe, encomendou-lhe a coroa de laranjeiras. Constantino levou-lhe duas, uma artificial e outra de flores naturais, pedindo à rainha que escolhesse; e como esta estava perplexa, deixou-lhas ambas, dizendo que no dia seguinte iria buscar a rejeitada; mas quando voltou, a rainha diz-lhe estas palavras que os jornais repetiram por todo o mundo: «As suas flores teem apenas uma diferença das naturais: é que estas murcham e as suas não».
«A sua gloriosa alcunha nasceu no dia em que no Palais Royal se realizou uma kermesse promovida pela rainha. Perante as flores que Constantino offerecera, a côrte teve exclamações de enthusiasmo: Vive Constantin! Vive le roi des floristes! Foi uma acclamação solemne».
Associou-se em Paris com Mr. Isidore, e à sua fábrica, um dos mais famosos estabelecimentos dessa cidade, encomendavam flores as principais casas e cortes da Europa e algumas da América. As camélias de penas de aves feitas por Constantino foram consideradas verdadeiras maravilhas. Na exposição de 1844 obteve o primeiro prémio e o seu nome foi um dos primeiros proclamados por D. Luís Filipe, sendo depois condecorado com a Legião de Honra. Tão estrondosos aplausos não lhe amorteciam o amor pátrio, que o levava a colocar sempre nas exposições universais de Londres e Paris as suas manufacturas na secção portuguesa.
Em 1850 veio a Portugal, onde teve recepção estrondosa promovida pelos nossos escritores e artistas, que lhe deram um jantar no hotel de Itália, levantando à sua saúde um caloroso brinde o visconde de Almeida Garrett.
No Porto e outras terras, que visitou, foi muito festejado.
Regressando a Paris, voltou a Portugal em 1854 à procura de ares pátrios receitados pelos médicos à sua saúde deteriorada, e no ano seguinte estava já novamente naquela cidade, mas a guerra franco-prussiana e a Comuna, causando-lhe graves prejuízos, apressaram-lhe o termo da vida.
Há quem diga em Alfândega da Fé que Constantino nasceu nesta vila; fundando-se em que o respectivo município subsidiou a sua criação, quando pequeno (subsídio de lactação), o que só era concedido às crianças nascidas no concelho, filhas de pais incógnitos. Parece-nos de pequeno peso este argumento, pois muitos meios havia de o sofismar e até razões para o transgredir.
A CONSTANTINO REI DOS FLORISTAS
Ergue a fronte altiva e nobre
Ergue a fronte, oh génio-rei
A ti sim, a ti me curvo
A ti só me curvarei.
Que m’importam reis da terra,
Debatendo-se na guerra
Das mais túrbidas paixões?
Podem outros dar-lhes cantos,
Eu, por mim, maldigo quantos
Rojam vis adulações.
O poeta nasceu livre
Como é livre o imenso mar;
Os cantos da minha lira
Não os sei mercadejar.
– À sob’rana inteligência,
À sã virtude na essência,
Só meus cultos prestarei.
Constantino! A ti um brado,
A ti meu canto enlevado,
A ti sim, oh génio-rei.
Rival de Deus sobre a terra,
Quem te nega adoração,
Quando a França te saúda
– Novo rei da criação?!
Quando a Europa d’espantada
Curva a fronte laureada
Ante o teu génio imortal?!
Quando colhes d’entre os louros
O mais rico dos tesouros:
– Um triunfo a Portugal?!
Constantino! Como é grande
O teu génio criador,
Quando vertes o perfume
No cálix da TUA flor!
Quando imitas a beleza
Da risonha natureza
Com teu mágico pincel!...
Quem ao ver tão belas flores
Não as crê próprios verdores
Do mais ameno vergel?
No tapete d’esmeraldas,
Que alcatifa o TEU jardim,
Brinca meiga a branda aragem
Embalando alvo jasmim,
Fascinada a mariposa
Lá doudeja em torno à rosa,
Nela poisa, mas em vão;
Na seiva o gozo procura,
Não a encontra... e na tortura
Morre, ali duma ilusão!
Constantino! A ti me curvo,
A ti só me curvarei,
És um astro luminoso,
És do mundo o génio-rei!
Quando a Europa os seus primores,
Variados de mil cores,
Na Bretanha apresentou,
Quis a França disputar-nos
Alta glória; – quis roubar-nos
O teu nome que assombrou...
Mas tu d’altivo bradaste:
«Sou filho de Portugal!
Embora eu viva na França,
É minha terra natal».
Oh! bem haja o homem nobre,
Que ama ainda a pátria pobre
Rica outrora tanta vez...
Bem haja o filho valente
Nesta acção de português!
Constantino! Vinga a pátria
Que foi grande entre as nações;
Enobrece-a enobrecendo
Mais e mais os teus brasões:
Génio raro! Ergue-te ovante!
O teu futuro é brilhante;
Será teu nome imortal!
Viverás na lusa história,
Qual lá vive inda a memória
Do nome de Portugal!
Porto, 25 de Novembro de 1851
ANTÓNIO PINHEIRO CALDAS
——————
Portugal! Portugal que de grandezas
não procria o teu âmbito apertado!
Que musa excede as musas portuguesas?
Qual deu pelo orbe mais faustoso brado?
Aos teus heróis de máximas empresas
tinha-os de palmas teu Camões coroado;
às belas tuas e às do mundo, agora
cinge teu Constantino os dons de Flora.
Antes de Constantino só Favónio
Cibele e Febo produziram flores,
Constantino as produz não menos belas
e de mais viço e de mais vida que elas.
Sobre este nosso conterrâneo ilustre imprimiu-se em Paris um grosso volume intitulado Mémoires Historiques, Généalogiques et Chronologiques, concernant les ascendances de Constantino José Marques Monteiro Lopes Banha de Melo Sequeira Sampaio Coutinho Freire Manuel Borges da Costa de Araújo Pereira Bacelar Teixeira Pinto de Magalhães e Lacerda. Paris, 1854. Parece que usava de todos estes nomes, e em harmonia com eles mandou compor um brasão de armas. Na Ilustração Trasmontana, 1908, pág. 161, vem um longo artigo, acompanhado de fotogravuras, referente a Constantino, e outro na Ilustração Portuguesa, n.° 183, relativo a 23 de Agosto de 1909, também acompanhado de muitas fotogravuras alusivas ao Rei dos Floristas e passagens da sua vida. O jardim público do novo bairro da Estefânia, em Lisboa, tem o nome de «Jardim de Constantino», em memória deste célebre trasmontano.
A propósito deste ilustre trasmontano, diz ironicamente o visconde de Santarém: «Para me consolar da ausencia delle [refere-se a um amigo], inventou o celebre Constantino um jantar para Domingo, mas o estado da minha saude por uma parte, e a inferioridade da minha posição e qualidade, á que elle se dá agora, tendo-se declarado descendente dos Imperadores Romanos, não me permittio acceitar o seu convite. Já não é Constantino de Marialva, isso era do rocócó, agora nos convites saio-se com os appellidos de Sam Payo, e Mello, e diz em alto e bom som a quem mo contou que a sua família é mais antiga do que a de todas as Casas Reinantes, pois descende dos Imperadores Romanos, cuido que de Heliogabalo, que foi o mais docil de todos. Se elle tal disse não sei como o Porteiro da Casa dos Orates o deixou andar por fóra!».
Em 1853,António Bernardo de Morais Leal, como procurador de Constantino José Marques de Marialva e Melo Pinto Sequeira de Lacerda, residente em Paris, requereu ao vigário-geral de Pinhel que lhe mandasse passar certidão de idade de sua mãe D. Vicência Vitorina de Melo Banha, filha de José Bernardo de Melo Banha e Sequeira e de D. Ana Luísa Joaquina de Araújo Teixeira Bacelar e Lacerda, natural de Moncorvo e baptizada na Póvoa do Concelho, termo de Pinhel, a 7 de Setembro de 1773; neta paterna do comendador Francisco Banha Sequeira Coutinho, fidalgo da casa real, e de D. Josefa Antónia de Melo Freire e Sampaio, da Póvoa do Concelho, e materna de Narciso Borges de Araújo Bacelar, cavaleiro professo na ordem de Cristo, de Refóios de Cima, e de D. Antónia Josefa Teixeira de Magalhães e Lacerda, de Moncorvo.
A certidão de idade, que diz ser extraída do fólio 186 de um livro do arquivo paroquial de Moncorvo por despacho do vigário-geral da comarca, diz: «Constantino, filho de José Joaquim Marques Moutinho Lopes, natural da villa de Moncorvo [outros documentos dizem nascido em Lodões, concelho de Vila Flor], e D. Vicencia Victorina Banha de Mello Sequeira Sampaio Coutinho Freire Manoel Borges da Costa de Araujo Pereira Bacellar Teixeira Pinto de Magalhães, natural da Povoa do Concelho, comarca de Trancoso; neto pela parte paterna de José Luiz Marcos, da freguezia de Fornos, monteiro-mór da villa da Torre de Moncorvo, e de D. Ignacia Maria Moutinho Lopes, da freguezia de Lodoens, concelho de Villa Flor; e pela parte materna, neto de José Bernardo de Melo Sequeira Sampaio Banha Coutinho Freire Manoel, fidalgo cavaleiro da Caza Real, natural da Povoa do Concelho, e de D. Ana Luiza Antonia Izabel Joana de Araujo Borges da Costa Pereira Bacelar Teixeira Pinto de Magalhães e Lacerda, natural de Moncorvo, nasceu na mesma villa de Moncorvo aos dezoito dias do mez de Agosto, do ano de 1802: e foi baptizado em Alfandega da Fé aos 28 dias do mesmo mes, pelo Rd.° Padre Francisco José Villares Ribeiro, e foi seu padrinho Manoel Antonio Aleixo, capitão mór de Murça».
Tanto o requerimento como a certidão são cópia de documentos autênticos pertencentes à Ex.ma Sr.a Doutora D. Regina Quintanilha, a quem agradecemos a fineza destas informações, e respeitam a uma habilitação de génere, espécie de investigação de paternidade, feita pelo Rei dos Floristas pelos anos de 1853, quando os mesmos eram já falecidos. À mesma colecção de documentos pertence uma árvore genealógica que alcança até aos quartos avós, tanto maternos como paternos, de Constantino, organizada em face de certidões extraídas dos livros do registo paroquial de Moncorvo e das mais terras respectivas. É possível que todos estes documentos representem a verdade; mas, organizados meio século depois do facto do nascimento de Constantino, sobre o depoimento de testemunhas que não podiam certificar positivamente mas apenas pela tradição, na qual certamente influiria a evidente megalomania do Rei dos Floristas, o seu prestígio e o desejo de o lisonjear, carecem da solidez incontestada que deve haver nestas coisas.
No Museu Regional de Bragança há, por oferta do doutor Raul Manuel Teixeira, alma artística do mesmo, um amor perfeito de Constantino, que, apesar dos anos, bem inculca o brilhante talento artístico do autor.
CONTINS – Em 1620 representaram a el-rei os moradores de Contins, termo da vila de Mirandela, dizendo que a sua igreja matriz estava arruinada e prestes a cair e, como eram pobres e não tinham recursos, pediam para cultivar o prado da Coutada, sito no limite de Contins, indo para a Senhora do Viso, a fim de, com o seu produto, procederem às obras de reparação na dita igreja. El-rei permitiu-lhe o usufruto do prado mencionado durante seis anos.
Memórias Arqueológico- Históricas do Distrito de Bragança
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