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Despiste provoca um morto em Grandais

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Um morto é o resultado de um acidente que aconteceu esta madrugada na Estrada Nacional 103, que liga Bragança a Vinhais. 
O despiste de uma viatura ligeira aconteceu por volta das duas e meia da manhã na zona de Grandais.A vítima mortal é o condutor do veículo acidentado.
O segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Bragança, Carlos Martins, adianta que quando os meios de socorro chegaram ao local o condutor da viatura já não apresentava sinais vitais. “À nossa chegada deparámo-nos com um despiste seguido de um embate numa árvore de grande porte. 
Do acidente resultou uma vítima mortal, de 68 anos, de naturalidade espanhola. No local esteve, ainda, a GNR e a VMER de Bragança, o óbito foi declarado no local e a vítima mortal foi transportada para a Medicina Legal do Hospital de Bragança”, explica Carlos Martins.
Um despiste seguido de embate numa árvore a provocar a morte a um idoso de nacionalidade espanhola junto ao cruzamento de Grandais, no concelho de Bragança.

Escrito por Brigantia

Grupo de Teatro moncorvense apresenta a peça “O Morgado de Fafe Amoroso”

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No dia 4 de Julho, pelas 21h30, é levada à cena no Cine-teatro de Torre de Moncorvo a peça de teatro “O Morgado de Fafe Amoroso”, pelo Grupo Alma de Ferro Teatro.
“O Morgado de Fafe Amoroso” é uma comédia da autoria de Camilo Castelo Branco que conta as peripécias do Morgado que se apaixona por uma mulher muito complicada e que se faz acompanhar sempre pela cabra Dejhali.
Os bilhetes encontram-se e à venda a partir do dia 2 de Julho na bilheteira do Cine-teatro.

in:noticiasdonordeste.pt

Exposição sobre Santos Populares patente no Museu do Ferro e da Região de Moncorvo

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Está patente até ao dia 13 de Julho, no Museu do Ferro e da Região de Moncorvo uma exposição sobre Santos Populares. A sessão de inauguração realizou-se dia 23 de Junho e contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo,  Nuno Gonçalves e da Vereadora do Município, Piedade Meneses.
A exposição é constituída por dois painéis, um com os santos populares e a sua dimensão antropológica e pagã e o outro com quadras alusivas aos santos populares.Possui ainda um espaço dedicado a cada um dos santos, com informação e imagens de capelas e igrejas existentes no concelho em sua honra.
Destaque ainda para um conjunto de fotografias antigas com as festas e tradições do S. João em Torre de Moncorvo e para a reconstituição de uma cascata tradicional.

in:noticiasdonordeste.pt

Azibo - Época balnear abre com hastear da bandeira azul

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Apesar do verão atípico, ontem foi dia de inaugurar oficialmente a época balnear da Albufeira do Azibo.
Para assinalar a data foram hasteadas as bandeiras azuis nas praias da Ribeira e da Fraga da Pegada, a que se juntam ainda os galardões de “Qualidade de Ouro” e de Acessibilidade da Quercus.
O presidente do município, Duarte Moreno, congratula-se pelo 11º ano com bandeira azul, um feito inédito entre as praias fluviais da Europa.
Tece ainda elogios à qualidade oferecida pelo Azibo.
Duarte Moreno diz ainda que os banhistas não têm só ao seu dispor água e areia de qualidade.
E enumera outras atividades que estão à espera dos visitantes.
A época balnear decorre até dia 15 de setembro na Albufeira do Azibo, e conta com nadadores-salvadores entre as 10h e as 19h, todos os dias da semana.

Escrito por ONDA LIVRE

Sistema de regadio reforçado na Vilariça

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Vai ser reforçado o sistema de regadio do Vale da Vilariça. 
A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte já lançou o concurso para a construção de um açude na ribeira de Vilares e de uma conduta de transporte de água para a barragem da Burga. 
O director regional, Manuel Cardoso, assegura que este investimento vai permitir armazenar mais água numa zona em que este bem é escasso, principalmente nos verões mais secos.“Até agora a barragem da Burga era uma barragem que nunca enchia por falta de causal a montante. 
A partir da construção deste açude, a barragem já vai poder encher e vai poder suprir como seria espectável em termos de projecto todo o bloco Norte do Vale da Vilariça”, explica o responsável. Esta obra representa um investimento superior a 330 mil euros, financiado pelo PRODER, e deverá ficar concluída até ao final do ano, para poder acumular água durante o Inverno.
Este ano, Manuel Cardoso garante que as reservas de água têm quotas razoáveis para este Verão.  “Nós estamos com quotas muitíssimo acima da média dos últimos anos, o que faz com que faz com que encaremos com bastante optimismo o Verão que se aproxima, mesmo que venha a ser um Verão de escassa pluviosidade, o que não tem acontecido até agora. Nós temos reservas de água mais do que suficientes para suprir aquilo que são as necessidades de regadio de todo o vale”, assegura Manuel Cardoso.
O director regional de Agricultura adianta, ainda, que estão previstos novos investimentos para o Vale da Vilariça. É o caso da telegestão do regadio, que poderá avançar ainda este ano.“Neste momento fica concluída a obra física relacionada com a água. Vamos lançar e concluir uma telegestão para todo o vale, é um concurso que já foi feito, já foi adjudicado, vai para visto do Tribunal de Contas, e portanto será uma coisa que vai ser lançado já imediatamente. Isso faz-nos virar a página em termos de modernização daquilo que é a gestão da água e a utilização sustentável da água”, realça Manuel Cardoso.
Recordo que o Vale da Vilariça é uma área agrícola fértil, com mais de três mil hectares de culturas.

Escrito por Brigantia

Convívio intergeracional na Casa Maior em Sortes

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Proporcionar o convívio entre diferentes gerações é o objectivo do lar de idosos Casa Maior, em Sortes, no concelho de Bragança ao convidar crianças de um jardim-de-infância a deslocarem-se a esta instituição. 
Ontem foi a primeira vez que as crianças anos vieram fazer um piquenique ao jardim da Casa Maior. Cristiana do Nascimento directora técnica da instituição explica como surgiu esta ideia. “Lançamos ao desafio ao Centro Social de Santa Clara para vir cantar os reis noa no passado. 
Este ano, em Janeiro constituímos um grupo que foi cantar os reis a este centro e lançamos o convite para virem fazer um piquenique no jardim do centro, que é bastante grande”, conta a responsável.
A responsável salienta que o convívio entre crianças idosos proporciona bons momentos aos utentes da instituição. “Achei bonito porque gosto muito de crianças. Fui professora durante 40 anos e claro, hoje foi um dia que me fez relembrar esses tempos. Também tenho netos e bisnetos mas não estão cá”, Eugénia de Henriques de 83 anos.
Ontem passaram por este lar de idosos, em Sortes, dezenas de crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 5 anos. 
No próximo dia 8 vêm as crianças de 1 ano e 2 anos do Centro Social de Santa Clara.

Escrito por Brigantia

OS CIGANOS TRANSMONTANOS: CONTRIBUTO PARA O CONHECIMENTO DOS CIGANOS EM PORTUGAL

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“Chabotos” ou “recos” e gitanos ou quitanos são as denominações que cada um dos grupos de ciganos que se  encontra na região transmontana atribui ao outro, sendo que ambos se autodenominam Ciganos, nome pelo  qual a população não cigana designa os indivíduos dos dois grupos. 
Em Trás-os-Montes, o grupo mais numeroso de ciganos, os “chabotos”, atribui ao próprio grupo  determinados aspetos identitários, com os quais se identificam e a partir dos quais se diferenciam dos outros  ciganos (gitanos), que habitam na zona e no resto do país. 
Na perspetiva dos “chabotos”, as diferenciações estão presentes em várias dimensões, como a económica,  física, cultural, linguística, moral, entre outras, especificando que, para eles, os gitanos: 
a) Vivenciam e cumprem com maior rigor determinados aspetos específicos da cultura cigana, como por  exemplo a celebração de casamentos ou o culto dos mortos. Quanto ao primeiro aspeto, nesta região, a  grande maioria pratica a fugai, sendo que a união do casal, por vezes, não é definitiva. A este respeito  Gonçalves (1981, p. 154) descreve a conversa com um indivíduo, em Retalhos da vida transmontana no  passado e no presente: “De propósito lhe perguntei: (a um cigano doente na aldeia de Gralhós) «É casado?» 
Ao que ele respondeu: «Já tive dezassete mulheres» e quantos filhos tem? «Ao certo não sei...»”; 
No que diz respeito ao culto dos mortos, aquando da morte do marido, em geral, a mulher gitana corta o  cabelo curto e cobre a cabeça com um lenço, veste de preto para o resto da vida e não volta a casar. A mulher  cigana transmontana não corta o cabelo, passado o período do luto deixa de vestir de preto e pode voltar a  casar. 
b) Profissionalmente dedicam-se à venda de roupa nas feiras e possuem maior poder económico, que lhes  permite usufruírem de determinadas condições sociais, tal como o aluguer de casas. 
Eles (gitanos) já se vestem melhor do que nós, já se querem com todas as condições, alquilar casa,  ou dão-lhe casa ou compram casa, porque eles já têm dos dinheiros, donde é que nós não temos. 
Por isso que nós somos sempre o cigano mais pobrezinho (mulher, 37 anos, cigana, extrato de  entrevista, Bairro Horizonte).
c) Linguisticamente, cada grupo desenvolveu o seu dialeto (a expressão que utilizam os “chabotos” é  “latim”). Alguns indivíduos afirmam existirem semelhanças em determinados vocábulos, enquanto outros  são da opinião que se distingue completamente
d) No aspeto moral atribuem-lhes um caráter e atos agressivos, o que contribui, certamente, para o  estabelecimento de fronteiras mentais que atuam como barreiras, reduzindo ao mínimo a interação entre  ambos os grupos. 
e) Em termos de religiosidade aderiram à igreja evangélica, mas como a mesma não tem expressão a nível  local, deslocam-se a províncias limítrofes para a prática do culto. Os ciganos transmontanos seguem os  rituais da igreja católica tradicional, direcionando as suas práticas sobretudo para as cerimónias de batizados,  funerais e missas pelos seus defuntos. 
Cada grupo evita determinados locais onde a presença do outro pode ser constante, evita ligações sociais  e/ou maritais ou outras e guarda uma distância considerada prudente, de forma a não gerar situações  conflituosas. Só uma circunstância de extrema necessidade pode levar a uma interação entre ambos. 
(...) cada um tem o seu nome, por exemplo, é como os gitanos, eles também são ciganos mas lá está,  já têm o nome deles, são gitanos. Nós também já não temos convivência com essa gente, porque  essa gente é muito, muito … marota e essa gente não dá para conviver. O nosso cigano não dá para  conviver com um gitano. (...) São muito marotos, então aí se vê um cigano,... se lhe dá para nos  malhar, batem-nos! (...) Pode crer que é verdade! Por exemplo uma filha nossa com essa gente, nós  mais a queremos morta que com essa gente. (...) São ciganos sim, eles também são ciganos só que  são gitanos, pronto são doutra…, doutra raça (mulher, 55 anos, cigana, extrato de entrevista,  Ribeira).
Oh, isso é uma raça muito marota! É outra... como hei de dizer? São mais maus, já é outra raça, já  não é como a nossa. A nossa, os ciganos é uma raça, eles já é outra (...) São ciganos mas são  gitanos (mulher, 24 anos, cigana, extrato de entrevista, Largo).
Os ciganos “chabotos” além de se encontrarem por toda a área geográfica transmontana, tal como nos  distritos de Bragança, Chaves ou Vila Real deslocaram-se também para outras regiões do país. 
No distrito do Porto residem algumas famílias que Rodrigues (2006) identifica possuírem relações de  parentesco com os ciganos, por ele estudados, em Carrazeda de Ansiães. 
Na cidade do Porto, Magano (1999) refere que os ciganos que faziam parte do seu objeto de estudo se  consideravam diferentes dos outros ciganos. Segundo a autora, os outros “chamam-lhes “chabotos”,  “beirões”, ou então “ciganos portugueses”. Por seu turno, quando estes se referem aos outros ciganos que  não os do grupo a que dizem pertencer, designam-nos de “espanhóis” ou “guitanos” (modo como  pronunciam gitano) (Ibidem: 178). Entre “chabotos” eguitanos, tal como sucede em Bragança, “normalmente  não há comunicação entre estes dois grupos de ciganos” (Ibidem). De acordo com a mesma fonte, “o tipo de  grupo cigano a que esta comunidade defende pertencer, estende-se sobretudo pela região norte de Portugal,  sobretudo no interior Norte (Trás-os-Montes). Muitos deles terão emigrado para Espanha” (Ibidem). 
Em Coimbra, os “chabotos” que compõem a comunidade do Laranjal provêm da zona de fronteira com  Espanha, dos concelhos e vilas adjacentes a Miranda do Douro que se deslocaram para essa região e aí se  estabeleceram (Gonçalves, 2001). Os gitanos/quitanos e, na perspetiva de Gonçalves, os ciganos mais  incluídos, para se diferenciarem do fraco estatuto que têm na sociedade, apelidam-nos de “chabotos”. Esta palavra, de origem espanhola, misturada com o romani significa pessoas que vivem em chabolas, ou seja, em  barracas (Ibidem, p. 209). 
No que diz respeito aos gitanos do concelho de Bragança, no início de 2007 residiam em meio urbano dois  agregados familiares, com laços de parentesco entre si, num total de nove indivíduos que, profissionalmente,  se dedicavam à venda de roupa nas feiras. 
Esta família, oriunda da Beira Alta, estabeleceu-se em Mirandela há várias décadas e, posteriormente, nos  anos 90 do século passado, deu-se um desmembramento, devido à formação de “contrários”vi, o que levou  alguns dos seus membros a deslocarem-se para Bragança, onde residem até à atualidade. 
Na perspetiva dos gitanos as diferenciações com os “chabotos” são claras, acentuando sobretudo razões de  ordem moral (diferenças de estatuto e de atitude civilizacional), para justificar o afastamento em relação aos  mesmos. A “autenticidade” do cigano centra-se no grupo ao qual pertencem e os “recos” ou “chabotos”,  segundo afirmam, só se encontram nesta região.
Eles são tipo daquelas pessoas das aldeias, mais. Algum traço cigano mas não são ciganos, eles só  são ciganos porque estão a viver no monte e as pessoas pensam que eles são ciganos. Eles não são  ciganos mesmo, eles são recos, “chabotos”. Ciganos somos nós, eles são “recos”, “chabotos”. 
Como é que eu hei de explicar? Nas aldeias há muitos ciganos desses mas esse cigano só é usado em  Trás-os-Montes, não há em mais lado nenhum (…).Nós somos ciganos, eles são “recos”! Não é  cigano, é “reco”, “chaboto”! Vem da palavra chabola, que é cigano de barraco! (…) Porque eles  são capaz, por exemplo, mesmo a sociedade hoje em dia, se lhe der uma casa, eles são capaz de  estar em sua casa mas não terem limpeza, nem higiene, nem horas para comer! (...) É raro  (convivência). Vimo-los vir, até já me perguntaram se era dessas famílias, muitas vezes: “Oh pá, tu  és cigano!” “ Mas sou cigano diferente, eu sou cigano parecido com o aldeano e eu não sou  “reco”! Que é o caso de muitos. E mesmo as mulheres, as mulheres ciganas da nossa tradição  gostam muito de se produzir e essas coisas e a mulher do “reco” não! É que elas..., elas não têm...,  mesmo uma pessoa olha para elas não sente aquela... "Ai que cigana tão linda!" Enquanto que a  nossa tradição já é diferente! (as mulheres deles) não fascinam. (...) Porque eles têm outras  maneiras de viver. Eles vivem noutras culturas diferentes, mesmo. Mesmo dos hábitos, dos costumes,  mesmo a pessoa em si, é diferente. Nós, você olha para nós, temos outra aparência da deles, mesmo  na maneira de estar e essas coisas assim. (...) Mas eles podem ter aos mil, dois mil contos no bolso,  mas eles preferem estar numa instituição a pedir! (risa)(homem, 26 anos, gitano, extrato de  entrevista, Bragança). 
Estes ciganos identificam-se com os espanhóis em vários aspetos como o cultural, social, tal como na  linguagem ou calão por eles utilizado, que designam de romanó e, na sua opinião, não é idêntico ao dos  “chabotos”. 
Alguma coisa, mesmo na música, flamenco, nós gostamos muito. E mesmo os casamentos ciganos é  quase igual aos nossos, dos espanhóis, é tal e qual, nos costumes. O romanó, nós temos o romanó  que é aquelas palavras nossas que nós utilizamos no nosso dia-a-dia, o cigano espanhol é quase  igual ao nosso, enquanto o do “reco”, o cigano “reco” é diferente! (…) Nós já é diferente, nós  usamos o nosso calão mas em certas e determinadas situações. (...) É mais parecido com o espanhol,  porque nós não temos nada a ver com os “recos”, é outra maneira diferente (homem, 26 anos,  gitano, extrato de entrevista, Bragança).
No concelho de Bragança não se encontravam gitanos a residir em meio rural, no entanto noutras concelhos  tal como Mirandela ou Torre de Moncorvo havia famílias que povoavam algumas aldeias.
Ciganos “chabotos”: percurso vivencial
Em tempos passados, os ciganos da região transmontana deslocavam-se por diversas povoações  (normalmente as famílias tinham um circuito circunscrito a determinadas localidades), praticando a  mendicidade, pois esta era uma forma de adquirirem bens alimentares para a sua subsistência.
A pedir, hoje aqui, amanhã além, passado numa aldeia, passado noutra! Com o tacho para que lhe  botassem lá azeite! (...) A pedir pelas casas, a pedir um bocado de carne, de batatas, o que lhe  davam as mulheres! Às vezes dava agulhas em troca de batatas (mulher, 24 anos, cigana, extrato de entrevista, Bairro Horizonte).
(Os ciganos) Eram ambulantes. (...) íamos a pedir esmola, para fazer de comer! (...) De casa em  casa e de aldeia em aldeia. (...) Por ali pela zona de Vinhais (mulher, 37 anos, cigana, extrato de  entrevista, Bairro Horizonte).
Algumas famílias, tal como refere Alves (1982), dedicavam-se à troca e/ou venda de animais, sobretudo  asinino e cavalar, nas feiras da região e ao fabrico de cestaria, mas com o aparecimento da maquinaria  agrícola que veio substituir o trabalho dos animais e com a entrada dos utensílios de plástico no mercado,  estas atividades, aos poucos, foram abandonadas. 
Na década de 60 e 70 do século passado, verificou-se um elevado fluxo migratório para o estrangeiro e, tal  como os não ciganos, a população cigana emigrou, sobretudo para Espanha, à procura de melhores condições  de vida, fixando-se em várias províncias do país vizinho. De acordo com Pereira (1992, p. 13), nos anos 90  do século passado, em Pontevedra viviam cinquenta a sessenta ciganos portugueses provenientes da região  de Chaves; em Vigo calculava-se que fossem quinhentos os ciganos portugueses em atividades marginais;  nas Astúrias cerca de uma centena em Segadas e cento e cinquenta em Tremanes, dedicando-se à  mendicidade; em Santander viviam cento e cinquenta ciganos, provenientes de Chaves e Bragança,  inicialmente a trabalhar na construção civil, passando mais tarde para o negócio nas feiras e mercados e em  Miranda de Ebro cerca de uma centena, provenientes de Mogadouro. Nos anos de crise dispersaram-se por  Vitória, Logroño, Burgos e outros centros urbanos. Um grande grupo de ciganos mendigos vivia em bairros  de lata, nos arredores de Madrid. Em Valladolid existia outra colónia, assim como em Leão, Sevilha,  Zamora, Salamanca, quase todos provenientes do Nordeste Transmontano. 
Na década de 60 e seguintes, do século XX, o Nordeste Interior Português sofreu um êxodo populacional  sem precedentes, assistindo-se a uma debandada contínua da população ativa mais jovem caminhando-se,  assim, para um processo de desertificação(Cepeda, 1991)vii
A perda de trabalhadores no meio rural e a consequente escassez de mão-de-obra foram algumas das razões  que levaram os aldeanos (nome utilizado pelos ciganos quando se referem aos não ciganos) a valorizar o  trabalho dos ciganos que, pouco a pouco, começaram a trabalhar como jornaleiros. 
Nas diferentes localidades por onde se deslocavam, os ciganos também criaram laços de compadrio e  relações de confiança com os aldeanos e, com o decorrer dos tempos, adquiriram terrenos, onde  posteriormente edificaram ou compraram casas abandonadas ou corriças, à época afastadas do núcleo  populacional da aldeia, onde passaram a residir regularmente. 
Anteriormente, sem habitação, pernoitavam em locais que os agricultores lhes cediam, como palheiros,  corriças, cabanais ou erguiam toldos nas proximidades das localidades, que os próprios transportavam e lhes  serviam de abrigo. Por vezes, nas localidades onde “acampavam” (expressão usada pelos próprios) ajudavam  os agricultores nos trabalhos agrícolas, já que alguns necessitavam de muita mão-de-obra, tal como na época  das ceifas. 
Na década de 80 do século passado algumas famílias deslocaram-se para a cidade de Bragança, por motivos  familiares ou por considerarem que o mercado de trabalho urbano lhes proporcionava mais possibilidades de  trabalho.
Assim, na atualidade, os ciganos da região encontram-se sedentarizados há várias décadas em muitas  localidades do meio rural e também no meio urbano, com condições socioeconómicas e habitacionais  diversas. 
Trata-se de uma população muito jovem, contrariamente à população não cigana do concelho que em 2006  apresentava 13% de crianças dos zero aos catorze anos e 20% de idosos com mais de sessenta e cinco  anos,de um total de 34625 indivíduos. A população cigana que compunha o nosso objeto de observação, em  2007, era de duzentos e cinquenta e seis indivíduos, dos quais 40% se enquadravam na faixa etária dos zero  aos catorze anos e apenas 2% de idosos, com mais de sessenta e cinco anos. 
No concelho de Bragança, para além das aldeias onde se encontravam famílias ciganas residentes, havia  também localidades onde construíram casas mas moravam no estrangeiro (sobretudo Espanha), regressando  apenas em determinadas épocas do ano, como no verão ou em novembro, para a celebração do dia de Todos  os Santos. 
Em meio urbano, os ciganos residiam nos bairros onde decorreu o trabalho empírico e em várias zonas da  cidade, em casa própria (alguns casos com boas condições habitacionais), alugada ou em bairros sociais. 
Em 2007 contabilizamos cento e trinta e seis agregados familiares a residir no concelho que correspondia a  um total de quinhentos indivíduos, dos quais quarenta e quatro (32, 3%) eram mistos, ou seja, um dos  cônjuges não era cigano. Destes, os casais com mulher cigana representavam 61,4%em relação aos casais  com homem cigano (38,6%). 
Os números que acabamos de expor revelam uma aproximação da realidade em relação à totalidade da  população cigana que habita no concelho pois consideramos, tal como Liégeois (2001, p. 56), que os ciganos  economicamente bem sucedidos se tornam invisíveis para uma boa parte da população. 
Situação socioeconómica e habitacional na atualidade
Em Bragança, os ciganos dos bairros onde decorreu o trabalho empírico tinham condições socioeconómicas  muito desfavorecidas, uma vez que estavam desempregados e viviam, sobretudo, de apoios sociais  (Rendimento Social de Inserção). Por vezes, por motivos de incumprimento, a prestação era-lhes cessada,  pelo que procuravam outras formas de subsistência, normalmente realizando atividades agrícolas nas  proximidades e/ou, temporariamente em Espanha. 
O mercado de trabalho urbano, cada vez mais exigente e competitivo, não os inseria, pois tratava-se de uma  população com baixa escolarização e formação, fator associado, segundo os mesmos, à discriminação e  preconceito de que são alvo, por parte da sociedade maioritária. 
O seu contexto económico de pobreza refletia-se nas suas condições habitacionais que eram muito precárias,  não lhe permitindo a compra ou aluguer de casa, por isso viviam em barracas e casas em avançado estado de  degradação. As primeiras eram construídas pelos próprios, com materiais diversos, como chapas de zinco,  tábuas soltas, entre outros desperdícios de materiais que encontravam e reutilizavam. As casas também não  tinham as mínimas condições de habitabilidade e conforto e eram propriedade do município, tal como os  terrenos onde construíram as barracas (à exceção do bairro da Encosta, onde algumas barracas se  encontravam em terrenos de proprietário particular), sendo que dois dos bairros onde decorreu o trabalho de  campo se localizavam na periferia de bairros, também eles periféricos, impercetíveis para quem passa nas  proximidades. 
Para além da fragilidade dos materiais com que as barracas eram construídas, não tinham instalação de luz  elétrica, água canalizada nas habitações, casas de banho e saneamento básico. Por outro lado, os espaços  envolventes também careciam de arranjos uma vez que não se encontravam asfaltados e no inverno, com os  dias chuvosos tudo ficava enlameado, dificultando a deslocação de pessoas e automóveis. 
Como as famílias, na sua generalidade, eram numerosas e quando por vezes se formavam novos agregados  familiares, os espaços tornavam-se exíguos, pelo que recorriam a carrinhas que adaptavam para dormir e/ou  a rulotes.
Para além dos agregados familiares residentes nestes bairros, os ciganos vivem por toda a cidade, como  referimos anteriormente, concentrando-se em maior número em determinadas zonas, sendo que algumas  famílias possuem condições económicas e habitacionais razoáveis ou boas, normalmente de recursos  provenientes da emigração, sobretudo para Espanha ou França. Outras, no entanto, apesar de terem emigrado  regressaram, sobretudo por razões familiares, mas sem meios económicos que lhes permitisse alterar as suas  condições de vida. 
No meio rural, em quatro das localidades onde decorreu o trabalho empírico, os ciganos residentes  trabalhavam essencialmente como jornaleiros, assegurando os trabalhos agrícolas dos aldeanos, pois esta  população está muito envelhecida, como vimos anteriormente, e consequentemente fragilizada para a  realização de tarefas que requerem grande esforço físico. 
Aqui vamos ganhando uma jeira, quando nos aparece! (...) Por exemplo, para mim, é para as  batatas, para a azeitona, para a castanha. (...) Não é uma coisa certa. Castanha, o muito que  poderá dar, alguns oito dias, quinze, depende daquilo que houver (mulher, 44 anos, cigana,  Penedo, extrato de entrevista). 
Os trabalhos agrícolas eram efetuados tanto pelos homens, como pelas mulheres e, como complemento às  suas economias, cultivavam produtos essencialmente hortícolas em terrenos que os próprios adquiriram ou  que lhes eram cedidos pelos não ciganos. 
Eu sempre semeei as minhas batatinhas e os meus feijões. (...) Emprestaram-me sempre a hortinha  para eu poder semear e eu sempre tratei disso eu sozinha que o meu homem só mos metia à terra e  tirava, que do resto mais nada. Eu ia à jeira de tudo: das batatas, das castanhas, de tudo. (...) Eu  chegava a levar os meninos para ir a regar. Levava um xailezinho, deitava-os no chão e eu lá  cavava e regava e fazia tudo, nunca tive ninguém que me pusesse a mão. (...) Eu depois acabavam  as castanhas eu ia ao rebusco com os meus filhos (mulher, 39 anos, cigana, extrato de entrevista,  Serrania).
Às vezes arrendam-nas (aos ciganos), esses emigrantes que estão na França. Olha, trabalhai  aquela terra, fabricai aquela terra! É assim. (...) Fabricam a horta, batatas, feijão, cebolas, isso  que pertence à horta (mulher, 76 anos, aldeana, extrato de entrevista, Freixo). 
Esta situação não se verificava nas duas povoações restantes, onde os ciganos só pontualmente e  determinados indivíduos exerciam trabalhos agrícolas para os não ciganos. Numa das localidades, em Souto,  viviam de apoios sociais (Rendimento Social de Inserção), tal como alguns agregados familiares de Ribeira,  mas, nesta localidade, a maioria deslocava-se sazonalmente para Espanha ou outras regiões do país  (normalmente concelhos próximos), onde realizavam trabalhos agrícolas, como a apanha da azeitona,  vindima, ou outros. 
As condições de habitabilidade, pelo geral, eram muito precárias, contudo, alguns agregados familiares de  localidades como Serrania ou Freixo tinham condições razoáveis, tratando-se normalmente de casamentos  mistos ou indivíduos que haviam emigrado. 
Em Souto compraram casas antigas, abandonadas, assim como noutras povoações ou adquiriram terrenos,  onde posteriormente edificaram, como em terrenos pertencentes às juntas de freguesia. Muitas construções  encontravam-se inacabadas, tendo em falta divisões de compartimentos, chão e paredes cimentados,  azulejos/mosaicos ou pintura e, nalguns casos, careciam de água canalizada, luz elétrica, saneamento e casas  de banho e no espaço exterior contíguo às habitações os acessos não se encontravam pavimentados.
Relações interétnicas 
As relações sociais dos ciganos que residiam em meio urbano limitavam-se ao grupo, pois interagiam com os  seus familiares residentes no bairro, bem como, por vezes, de outros bairros da cidade e, com menos  frequência, com os familiares de localidades próximas.
Nós damo-nos assim com os ciganos e assim. Mas com os aldeanos, sem ser com a professora  Antónia e a professora Ângela, não temos relações com mais ninguém. (...) Convivemos, convivemos  uns com os outros (mulher, 23 anos, cigana, extrato de entrevista, Bairro Horizonte).
Olhe, nós nunca vamos para ao pé de um aldeano, nunca saímos daqui de casa, estamos longe dos  aldeanos (mulher, 27 anos, cigana, extrato de entrevista, Bairro da Encosta).
As relações com os não ciganos eram, sobretudo, a nível económico e institucional, no primeiro caso através  da compra de bens para o seu dia-a-dia, como alimentos, vestuário ou outros, por vezes em negócios,  sobretudo de automóveis e em trabalhos pontuais essencialmente agrícolas, assalariados (quando não  usufruíam de ajudas sociais). A relação institucional prendia-se com o facto de se dirigirem com alguma  frequência a determinadas instituições, públicas (como a Câmara, Segurança Social, escolas) ou de cariz  social, onde por vezes criavam relações de compadrio com indivíduos que aí trabalhavam, com o intuito de  obterem apoio, em caso de necessidade (como esclarecimentos acerca do funcionamento de determinados  serviços ou preenchimento de boletins variados). 
Nas diversas localidades do meio rural as relações interétnicas processavam-se de forma diferenciada. Em  Penedo, Ribeira, Fonte e Souto, os agregados familiares ciganos residiam num espaço contíguo e, de um  modo geral, a sua sociabilização ocorriaem contexto intragrupal, ou seja, entre as famílias da mesma  localidade e, por vezes, com familiares de localidades vizinhas. 
Em Serrania e Freixo as famílias ciganas dispersaram-se e estabeleceram-se noutros concelhos ou no  estrangeiro, por motivos como a emigração ou a ligação marital noutras localidades, fator que afetou a  dinâmica com a família alargada e levou ao desenvolvimento das suas relações concentradas na família  nuclear.
Nós vivos somos onze. Cada um para seu lado, o Jorge está em Bragança, a minha Ana Maria, a  mais nova, está em Macedo, a Judite está cá, a Alzira está em Ribeira e o Duarte está para a  Espanha, o Manuel está para a Espanha também. Agora está o mais novo ao pé da minha mãe e está  lá outro em (aldeia do concelho de Mirandela) também, que é o Pedro (mulher, 38 anos, cigana,  extrato de entrevista, Freixo).
Nestas duas localidades, o número de casamentos mistos era elevado, pois, de um total de nove agregados  familiares na primeira aldeia e quatro na segunda, seis e três eram mistos, respetivamente, podendo este facto  traduzir uma interação dinâmica entre ciganos e não ciganos. 
Em Ribeira e Souto a convivência entre ciganos e não ciganos era mínima, sendo que os primeiros não  participavam da vida social, laboral, religiosa, ou outra, da aldeia, no entanto, os indivíduos ciganos  entrevistados referiam sentirem-se confortáveis na respetiva localidade.
Conclusão 
Na região transmontana encontram-se dois grupos de ciganos que se autodiferenciam entre si, uma vez que,  segundo os mesmos são vários os aspetos identitários que os distinguem, tal como a nível económico,  cultural, linguístico, religioso, entre outros. 
Os “chabotos”, assim chamados por outros ciganos, a quem eles denominam gitanos, são o grupo mais  numeroso que habita em Trás-os-Montes e sobre os quais incidiu o presente artigo. 
Os “chabotos” do meio rural e urbano, apesar de um percurso vivencial idêntico até época recente, na  atualidade estabeleceram dinâmicas diversificadas nas diferentes localidades onde residem, que se reflete nas  suas condições socioeconómicas e habitacionais, bem como nas relações interétnicas com a população não  cigana. 
Enquanto na cidade vivem excluídos económica e socialmente, tal como em duas das localidades do meio  rural, nas restantes aldeias os processos de interação com a população não cigana desenvolvem-se de forma  dinâmica. 
O estudo do grupo mais numeroso de ciganos que habita no Nordeste Transmontano contribuiu para a  desomogeneização dos ciganos de Portugal, uma vez que os “chabotos” se encontravam invisibilizados, até  ao momento.
Bibliografia 
Alves, Francisco Manuel (1982). Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança ou  Repositorio amplo de noticias chorographicas, hydro-orographicas, geologicas, mineralogicas,  hydrologicas, bio-bibliographicas, hiraldicas, etymologicas, industriaes e estatisticas interessantes tanto à historia profana como ecclesiastica do districto de Bragança. Bragança: Tipografia Académica, tomo V. 
Bastos, José Gabriel Pereira (2007). Sintrenses Ciganos - Uma abordagem estrutural-dinâmica. Sintra: 
Câmara Municipal de Sintra/ Divisão de Saúde e Ação Social. 
Cepeda, Francisco José Terroso (1991). Emigrantes regressados e desenvolvimento no Nordeste Interior  Português. Bragança: IPB. 
Coelho, Adolfo (1995).Os ciganos de Portugal. Com um Estudo sobre o Calão. Lisboa: Publicações D.  Quixote. 
Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura (2008). Relatório das audições efectuadas sobre  Portugueses Ciganos no âmbito do Ano Europeu para o Diálogo Intercultural. Lisboa, (Doc. PDF). 
Freire, Clotilde Tomé Reino (2004).Multiculturalismo Escolar: Uma Análise Comparativa. Curso de  Complemento de Formação Científica e Pedagógica para professores do 1º CEB, IPB/ESE,Bragança,  Portugal. 
Gonçalves, Bruno (2001). Pontes sem margens. In AA.VV. (Ed.), Que sorte, Ciganos na nossa escola  (pp.205-212). Lisboa: Centre de Recherches Tsiganes, Secretariado Entreculturas. 
Gonçalves, João (1981).Retalhos da vida transmontana no passado e no presente. Izeda: Tipografia da  Escola Profissional de Santo António. 
LIÉGEOIS, Jean Pierre (2001). Minoria e escolarização: o rumo cigano. Lisboa: Centre de RecherchesTsiganes, Secretariado Entreculturas, Ministério da Educação. 
Magano, Olga (1999). Entre ciganos «portugueses»: Estudo sobre a integração social de uma comunidade  cigana residente na cidade do Porto. Dissertação de Mestrado, Universidade Aberto, Porto, Portugal. 
Nicolau, Lurdes Fernandes (2010). Ciganos e não ciganos em Trás-os-Montes: investigação de um impasse  inter-étnico. Tese de doutoramento, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal. (2003). 
A comunidade cigana portuguesa em Pamplona: Aculturação e preservação dos aspectos culturais  do país de origem. Dissertação de mestrado, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real,  Portugal. (2006). 
Os ciganos transmontanos: Uma nota etnográfica. In Susana Pereira Bastos e J.G.P Bastos (Ed.),  Filhos Diferentes de Deuses Diferentes. Manejos da religião em processos de inserção social diferenciada:  uma abordagem estrutural dinâmica (pp. 237-249). Lisboa: ACIME. 
Nunes, Olímpio (1996). O povo cigano. 2ª ed., Lisboa: Ed. autor/ Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos. 
Pereira, Inocêncio (1992). Ciganos continuam a ser marginalizados. In Mensageiro de Bragança (pp. 7-13). 
Rodrigues, Hélder (2006). Ciganos: Percursos de integração e reivindicação da identidade - o exemplo paradigmático dos ciganos de Carrazeda de Ansiães. Guimarães: Editora Cidade Berço. 

NICOLAU, Lurdes 
Doutorada em Ciências Sociais e Humanas, Centro em Rede de Investigação em Antropologia 
(CRIA)
in:VII Congresso Português de Sociologia

Correios e telégrafos transmontanos

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Na Tabuada Curiosa de João António Garrido (Lisboa, 1747), a páginas 165, onde vem a Conta para se saber quando se deitão e tirão as cartas do Correyo, e o tempo que tardão em ir e tornar a várias partes do Reyno, desde Lisboa, lê-se o seguinte: – “Vinte e hum dias tardam em ir e tornar desde Lisboa a Guimarães, Moncorvo, Braga, Lamego, Castello Branco, Vianna do Minho, Pinhel e Almeida. – Tinta dias tardam em ir e tornar desde Lisboa a Bragança, Chaves, Miranda, Monção e Montalegre.”

A expedição do correio de Lisboa para Trás-os-Montes era feita aos sábados.

Em Mirandela houve estafeta desde 1792.

Em 1815 já o correio de Trás-os-Montes chegava a Lisboa às quartas e sextas-feiras, e partia de Lisboa para Trás-os-Montes nas quartas e sábados. Em sessão de câmara da vila de Mirandela, de 13 de Maio de 1823, resolveu-se pedir a Sua Majestade que houvesse correio para esta vila duas vezes por semana.

No dia 3 de Dezembro de 1876 tomou posse do lugar de distribuidor do correio em Mirandela José Manuel Ribeiro que foi escolhido por ser dos poucos que sabia ler e escrever (informação recolhida nos serões de província). Por ser o primeiro ficou conhecido por Zé Carteiro.

Antes do carteiro os interessados iam à estação postal saber se tinham correspondência.

O telégrafo eléctrico foi introduzido em Portugal com a grande reforma postal de 1852. Oito anos depois, isto é, a 11 de Maio de 1860, inaugurou-se a linha telegráfica de Mirandela a Bragança. Em 1861 começou a construção da linha telegráfica entre Mirandela e Moncorvo; e, concluída esta, o capitão Santana, comandante das linhas telegráficas de Trás-os-Montes, continuaria a montagem até Barca de Alva.

Em 7 de Julho de 1880, sendo ministro das Obras Públicas Saraiva de Carvalho, reorganizaram-se os serviços telégrafo-postais, ficando juntos os correios e os telégrafos.

Fonte principal: Ernesto Salles, capitão-capelão da Arma de Engª, por graça do rei D. Carlos, in “Mirandela – Apontamentos Históricos”, 1978

O TRABALHO DA SEDA EM TRÁS-OS-MONTES

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Nos fins do século XVIII, nem só em Trás-os-Montes se criava e trabalhava a seda que abastecia as fábricas de Lisboa, do Porto e de Braga: a Beira Alta, igualmente a produzia e exportava em abundância.
A feira de Viseu era, como a de Moncorvo, um grande mer­cado, aonde afluíam todos os industriais do reino.
Decorridos, porem, poucos anos, só a província trasmon­tana conservava ainda esta industria tão abalada já, que a sua produção não conseguia alimentar os teares e os tornos de Bra­gança. Era de Itália a maior parte da seda que, nessa época, ali se fiava e tecia (1).
Depois, dia a dia, foram parando todas as oficinas da velha cidade e do seu distrito, batidas pela concorrência desleal da industria mecânica, e, dentro em pouco, quasi nada restava dessa arte tão bela, que mereceu especial protecção de tantos reis portugueses, desde a Africano ate D. João VI.
Um documento que se acha transcrito no Livro dos Privilégios da Cidade de Miranda e se conserva, segundo creio, inédito (2), testemunha bem quanto são remotas, em Portu­gal; as providencias em favor da sericultura nacional.
É que, a esse tempo, em pleno século XVI, quando do Oriente nos vinham os mais preciosos tecidos, eram afamados os damascos, os selins e os veludos de Vila Viçosa, do Porto, de Lamego, de Tarouca e de Bragança...
Que contraste desolador: o progresso de então e a decadência de hoje!
É em todo o distrito de Bragança, e principalmente nos concelhos de Macedo de Ca­valeiros, Mirandela, Alfândega da Fé, Mogadouro, Freixo e Miranda, que ainda se cria o sirgo, como industria subsidiaria do labor dos campos.
Chocado carinhosamente, ao calor abençoado da lareira, ou no abrigo, quasi mater­nal, do peito feminino, só depois de muitas semanas e de inúmeros cuidados ele começara a produzir o precioso têxtil.
Quanto trabalho não dá, antes que se obtenha o folhelho, capelo, ou capilho (casulo)? A primeira operação que o casulo sofre consiste, como se sabe, em matar o bicho que nele se abriga, para evitar que a crisálida o fure e inutilize. É a cura.
Para isso, usam, em Trás-os-Montes, dois processos: expó-Io, durante alguns dias, a acção dos raios solares, ou submete-lo ao calor de um forno ou estufa (3).
O primeiro, decerto o primitivo, e seguido em todas as localidades que não dispõem destes aparelhos.
Seguem-se a escolha dos casulos, para apartar os manchados e grosseiros, que dão a seda de inferior qualidade, trabalho também denominado escardaçar (Vinhais), a limpeza dos baranhos e a cozedura.
Antigamente, o casulo era vendido, nas feiras, sem preparo, ou preparado, isto é, cru, ou cozido, em enfiadas como as dos pinhões.
Hoje, só por encomenda se obtém a seda, quer em folhelho, quer fiada, ou já tinta. A grande maioria dos criadores do sirgo, dispondo anualmente de pequenas produções de fácil colocação, julga desnecessário concorrer aos mercados regionais.
De dois modos diversos se faz a fiação: á roda, ou carril e á roca.
Dos engenhos a piemontesa, introduzidos nos fins do século XVIII, quando pela ultima vez se tentou 0 ressurgimento da industria, outrora tão florescente, ninguém agora da noticias claras.
Creio, no entanto, que os últimos pararam há poucas dezenas de anos, acabando, com el­es, uma preciosa Fonte de receita.
As grandes tecelagens de todo o país, in­clusivamente as de Lisboa, mandavam a matéria-prima, nacional ou estrangeira, a Trás-os-Montes, para fiar e tecer.
O carril, muito semelhante a roda vulgar de fiar a lã, mas de menores dimensões - 0,70, em media, na maior altura - é o mais empregado em toda a província.
Há, porem, quem não tenha posses para o adquirir, e use, então, a roca ou estaquinha ­uma roça especial, muito rudimentar, em que o bôjo é substituído por quatro, cinco ou seis esgalhos.
Nela se coloca a seda, depois de secos e abertos os casulos, fiando-se, com o auxilio do fuso, como se fora linho ou estopa.
É manifesta a imperfeição resultante destes processos rudimentares, antigamente (4) só aplicados na fiação dos desperdícios e refugos, O que arredou o trabalho popular do campo industrial.
Mesmo presentemente, as fábricas manuais de Braga dariam, estou certo, preferência à indústria transmontana, se com ela pudessem contar.
Resta, por ultimo, dobar e formar as meadas, rematando-as com um fio de algodão, como dantes se vendiam nas feiras da província, operação ali chamada recapeiação. ­A seda fica, assim pronta para ser entregue à tecedeira.
Como já tive ocasião de dizer, a tecelagem da seda tem hoje, em Trás-os-Montes, um carácter meramente popular.
De tantas oficinas afamadas, cujos produtos assombravam os mestres da Real Fabrica, só nos ficaram alguns engenhos desmantelados.
No primeiro terço do século XIX, ainda trabalhavam, em Bragança 60 teares de nobreza, de sarja, de tafeta e de setim, e alguns existiam também em outras localidades do distrito; hoje, nem de um só tenho conhecimento, em toda a província transmontana, onde a seda seja tecida isoladamente.
Tinta nas mais lindas cores vegetais - amarelo, azul, verde vermelho, cor de laranja e roxo - é usada para enfeitar colchas vulgarmente chamadas «de Urros» - em toda a região ocupada pelos concelhos de Moncorvo, Freixo, Mogadouro e Miranda.
Substituem, assim, a lã, formando a tapadura (trama), que se estabelece sobre a urdidura de algodão ou de linho.
Quando uma tecedeira recebe a encomenda de uma colcha com enfeites de seda, compra o fio, ordinariamente de barbilho, que é vendido aos arrateis, e manda-o a tingir, se ela própria não é também tintureira.

(1) «Isto, sendo a Província tão abundante de seda, que colhe regularmente vinte mil arrateis de seda fina e outros tantos de seda macha, e redonda» - «Bragançaa e Bemquerença», Albino Pereira Lopo.
(2) É do seguinte teor esse curioso documento, que se encontra a fls. 47 e 47 v.º de um livro assim intitulado:
Este libro he dos privilegios E provisões das liberdades que esta cid.de de Miranda tem o qual se fez sendo juis o L.do Baltasar de Fonsequa E vareadores João Rôiz e Antonio Da fonsequa e Paulo Fernandez. E procurador Fernam piz. Escrivão Loppo guodinho. No anno 1567.
Provisam sobre as Moreiras que se am de prantar e criar 1563.
Eu elRey faço saber a vos C.or da comarqua E corejçam da cidade de Miranda que antre os capitollos particulares que a cidade de bragança enviou as cortes que fiz nesta cidade de Lixboa por seus procuradores me fezerão alguas lenbranças acerqua do criar e fazer das sedas que na dita çidade fazem e tecem e sobre as pessoas e oficiaes dellas e que nellas tratam sobre o que mãdey fazer regi­mento que emviei a dita cidade. E porq. he necesario dar modo como a aja a dita seda em abastanç e se cryem os bichos que a dão os quaes se mantem E criam com a folha das moreiras pello que he rezao que as aja em abastança e por ser informado que nessa comarqa as ha e pode haver milhor q. em outra algua parte do Reino Ej por mando que vades a todos as luguares de vossa coreiçam e vei­jais a disposiçao dellas asy no termo da dita cidade como nos termos das villas della e emformarvos eis por pessoas que tenhão rezão de o saber das teras em que se devem prantar as ditas moreiras E repartireis nas camaras aos donnos das ditas terras o numero das moreiras que cada hu deve prantar em sua terra e fazer guoardar de maneira que se posão criar asentando por pusturas que fareis com os ofiçiaes E pessoas da gouvernãça da dita cidade e villas o tempo em que as ade dar prantadas e tapadas com as penas que parecer que convem E as quaes posturas fareis apreguoar antes que de cada hum dos ditos luguares vos partais E por nosos mandados noteficar aos moradores das ditas aldeas o numero de moreiras que cada hum ade prantar E fareis de tudo fazer auto e rol da dita re­partiçam e numero das ditas moreiras per hum escrivão da dita coreição em o qual se tresladara a postura q. sobre este caso fezerdes e quando tornardes aos ditos luguares vereis o dito auto e rol E sabereis se se prantarão as ditas arvores e achando alguas pessoas negligentes em as prantarem taparem e goardarem fareis fazer hexecução contra elIes pelIas penas da dita postura e os constrangereis a que a cumprão e prantem as ditas arvores e esta diligencia fareis dentro em tres mezes do dia q. vos esta provisão for apresentada e alem disto os C.res que a pos vos forem todas as vezes que feze­rem coreição nos luguares da dita comarqua teram especial cuidado de saberem se as moreiras que assi fizerdes prantar se as criam e guardão como dito he E de fazerem cumprir esta provisão a qual se registara no livro da chanchelaria desa coreição e nos livros das camaras dos lug.res delIa e o pro­prio andara na arqua da chra da dita coreição e a dita diligecia que neste caso fizerdes me enviareis e se entreguara a Fernão da Costa meu sTcrvão da camara pera ma mostrar e este alvara ey por bem q. valha e tenha força e vigor como se fosse carta feita em meu nome por my asignada E passada pela chançelaria sem embargo da hordenação do I.º L.º f. 20 que diz que as cousas cujo efeito ouver de du­rar mais de hum ano passem por carta E pasando por alvaraes não valhão. bastião Ramalho ho fez em Lisboa a XVIII dias de fevr.ro de mil e quinhentos e sesenta e tres. fernão da costa o fiz escrever e o auto e o Rol que sse fizer da repartição das ditas moreiras se metera na dita Arqua da chancelaria para por ella verdes o que neste caso he feito - o cardeal Ifante - dom Simão - antonio Vieira - bal­tasar de ffaria ffz.es
(3) Outro processo, muito usado no século XVIII em todas as regiões sericolas e que consistia em colocar o casulo sobre recipientes onde fervesse agua, creio não estar hoje em voga na província transmontana.
(4) Refiro-me, é claro, aos dois últimos séculos, pois bem rudimentares eram, decerto, os engenhos e processos com que se teceram os magníficos estofos de épocas mais distantes.

Terra Portuguesa
Revista Ilustrada de Arqueologia Artística e Etnográfica
Natal de 1916 

D. Sebastião Pessanha

Torre de Moncorvo // Acabaram-se os doutores e engenheiros na Assembleia e Câmara

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A Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo aprovou por unanimidade passar a realizar as sessões rotativamente nas várias freguesias do concelho. A primeira das reuniões desconcentradas terá lugar na freguesia de Lousa, em setembro.
Foi ainda aprovado que durante as sessões da Assembleia Municipal e na Câmara vão ser abolidos os títulos académicos. Trata-se de uma decisão, segundo fonte do município, “tomada na óptica da democracia Republicana e da Revolução Francesa, de onde saíram os princípios da liberdade, fraternidade e igualdade. Passando todos os deputados municipais a ser iguais”. 
Para o presidente da Assembleia Municipal, José Mário Leite, esta decisão é um sinal de simplicidade e do seu agrado pessoal, “pois entendemos que não há maior condição do que ser deputado municipal”.

in:mdb.pt

Arqueólogos vão estudar a História de Alfândega

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O município de Alfândega da Fé quer valorizar mais a história da Vila.
Para isso estabeleceu um protocolo com a Universidade do Minho, de forma a trazer arqueólogos para o terreno que possam ajudar a saber mais sobre o passado de Alfândega. A presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé, Berta Nunes, explica que ainda há muito trabalho por fazer nesta área. “Temos aqui muito trabalho e vamos investir nesse trabalho. Temos um protocolo com a Universidade do Minho na área da arqueologia. Vai ser um professor especialista na arqueologia da época medieval que vai fazer esse trabalho. Ele próprio disse numa reunião que tivemos que Alfândega era uma das vilas que tinha sido menos estudada”, salienta a autarca. “Vamos começar por fazer prospecções à volta da Torre do Relógio para ver se encontramos coisas que possam elucidar melhor a história da torre”, revela.  
A autarca salienta que o concelho de Alfândega da Fé tem 700 anos e que é importante perceber como, mesmo com algumas dificuldades, a população se fixou nesta zona.
Berta Nunes acredita que no final do Verão os arqueólogos e historiadores . Francisco José Lopes é um dos colaboradores do projecto. 
O professor e historiador alfandeguense está já a preparar uma investigação sobre os forais de Alfândega e pretende publicar até ao final do ano o segundo volume sobre a história desta vila.

Escrito por Brigantia

Medicina Interna “separa-se” da Urgência em Macedo de Cavaleiros

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É mais uma machadada nos serviços de saúde da região.
Sem aviso prévio, desde um de julho que o serviço de urgência de Macedo de Cavaleiros deixou de poder solicitar o apoio da especialidade de medicina interna.
Agora, em caso de dúvida no diagnóstico ou perante um quadro clínico mais grave, o doente terá que ser deslocado para Mirandela ou Bragança.
Chegado lá, se receber ordem de internamento, pode voltar a ser encaminhado para Macedo de Cavaleiros para prosseguir tratamento em regime interno.
Apesar disto, o hospital de Macedo de Cavaleiros vai continuar a contar com um médico de medicina interna a tempo inteiro. Apenas deixar de estar previsto que possa apoiar os casos de urgência.
Segundo algumas fontes, esta situação foi provocada pela reforma do médico de medicina interna de Mirandela, o que veio obrigar a uma maior mobilidade dos restantes profissionais ao serviço.
António José, 72 anos, natural de Macedo de Cavaleiros, recorreu ao serviço dia 30 de junho.
Foi o último dia em que o conseguiu fazer.
“Eu desloquei-me ao serviço com um familiar meu.
No dia anterior (30 de junho) tinha-o feito com outro familiar, porque, infelizmente, tenho muitos familiares idosos e tenho que recorrer aqui aos serviços.
Até à data, quando era necessário eles recorrem à medicina interna, tal como aconteceu no dia 30, aqui eles tinham resposta.
Ontem (dia 1 de junho) um dos meus familiares precisa de ser observado e foi-me dito que a medicina interna deixou de dar apoio ao hospital de Macedo. Este serviço acompanhava o hospital penso que há 26 anos.
É lamentável o encerramento da unidade, que é aquela que os idosos normalmente mais necessitam, e que tenham que recorrer a Bragança ou a Mirandela para terem o mesmo atendimento.
E acho lamentável que as forças que andaram na última campanha andavam muito amigos de Macedo e cheios de vontade de resolver os problemas estão tão mudos perante uma situação tão grave.”
António José garante que não houve qualquer informação prévia sobre esta quebra entre o serviço de urgência e de medicina interna.
“O que me disseram foi que o utente precisava de ser observado pela medicina interna e que no serviço de urgência do hospital de Macedo já não existia essa especialidade de apoio. Teria que ser enviado para Bragança ou Mirandela.
Jamais faria ideia que isto fosse acontecer. Retirar qualquer outro serviço, ainda faz sentido. Mas não um serviço do qual os idosos precisam constantemente.
Nós temos uma população super-envelhecida. Só que querem que morramos se qualquer forma, sem nenhuma assistência.”
Desde o início deste mês a urgência do hospital de Macedo de Cavaleiros já não pode solicitar auxílio da medicina interna.
Em caso de dúvida ou perante um diagnóstico mais complexo, e mesmo com um médico especialista em medicina interna no hospital, o utente terá que ser encaminhado para Mirandela ou Bragança para recorrer à especialidade.
Mas se necessitar  de internamento poderá ter que regressar para Macedo de Cavaleiros.
A Comissão de Saúde já fez saber que vai reunir, e que vai tornar pública a sua posição na próxima sexta-feira.

Escrito por ONDA LIVRE

Base de Apoio Logístico pode ganhar forma em Macedo de Cavaleiros

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Uma Base de Apoio Logístico aos Bombeiros (BAL) deverá surgir em Macedo de Cavaleiros.
Esta infra-estrutura vai permitir aos soldados da paz  que andam “em trânsito” pelo país se refugiarem quando vêm ao distrito combater fogos florestais e permitir que estes homens e mulheres recuperem forças para voltar ao monte e combater incêndios.
O presidente da câmara municipal, Duarte Moreno sustenta que é pretensão do município concentrar o maior número de meios de socorro da protecção civil na cidade e como tal já está a estabelecer contatos para que esta vontade se concretize.
“Pretendemos ter uma Base de Apoio Logístico aos bombeiros que andam em trânsito. Ou seja, que podem estar durante alguns dias ou semanas num território.
Daí termos ido a Mangualde, visitar a Base de Apoio Logístico que os Bombeiros Voluntários e a Associação têm, para ver se era possível fazermos também aqui em Macedo de Cavaleiros uma concentração de meios de socorro e de proteção civil para o distrito de Bragança.”
No mês passado, Duarte Moreno deslocou-se a Mangualde para se inteirar sobre o investimento e se seria exequível vir a instalar uma BAL na cidade.
O autarca frisa que depois da implementação da Unidade Local de Formação, da vinda do helicóptero pesado de combate a incêndios, o próximo desafio passa pela instalação desta unidade para os soldados da paz dormirem, comerem e descansarem.
“Fizemos recentemente um protocolo com a Escola Nacional de Bombeiros, em termos de condução defensiva e condução fora de estrada.
Temos cá o kamov também, que veio para ajudar na proteção civil e no socorro dos bens da nossa região.
O objetivo seria conseguirmos trazer essa base de apoio logístico para Macedo de Cavaleiros e concentrarmos essa base, por ser um concelho central no distrito, juntamente com outras valências que já tínhamos com a Associação Humanitária de Bombeiros.
Será uma aposta. Estamos a tentar, e vamos ser se conseguimos.”
Duarte Moreno refere que este é um projecto tripartido e ainda não está decidido onde ficará localizado.
“Precisamos de ver a disponibilidade de terrenos, de candidatar o projeto, de haver candidaturas próprias, disponibilidade financeira do próprio município e da Associação Humanitária.
É sempre um objetivo tripartido, juntamente com a Proteção Civil.”
A Base de Apoio Logístico servirá para acolher os bombeiros que vêm fazer face aos incêndios que se registem na região.
Um projeto que está a dar os primeiros passos para emergir na cidade de Macedo de Cavaleiros.

Informação ONDA LIVRE

Verão com novas exposições no Centro de Arte Contemporânea de Bragança

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Exposição de Arlindo Silva poderá ser visitada até 5 de outubro, enquanto a nova mostra de Graça Morais ficará patente até 25 de janeiro do próximo ano.
O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, de Bragança, reserva para o verão duas novas exposições com trabalhos inéditos da artista transmontana e o traço fotográfico da pintura de Arlindo Silva, divulgou hoje aquela instituição. 
A partir de sábado, as salas deste espaço cultural serão ocupadas pelas exposições "Na Manhã Seguinte", com cerca de meia centena de pinturas e desenhos de Arlindo Silva, e "A Magia da Caça" retratada por Graça Morais em quadros com 40 anos e alguns inéditos.

Jorge Lima Barreto inspira bienal em Vinhais

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Músico morreu em 2011, aos 61 anos.
O município de Vinhais promove entre sexta-feira e domingo a primeira bienal Jorge Lima Barreto em homenagem ao músico natural do concelho transmontano com concertos, conferências, exposições e a presença de artistas que acompanharam o seu percurso. "Trata-se de um evento que pretende, acima de tudo, homenagear e lembrar um dos maiores musicólogos portugueses, Jorge Lima Barreto, natural de Vinhais", de acordo com Roberto Afonso, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Vinhais, a promotora da iniciativa.

Mirandela // Três candidatos na corrida para diretor do Agrupamento de Escolas

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Está a causar enorme expetativa, o ato eleitoral para a escolha do novo diretor do Agrupamento de Escolas de Mirandela (AEM) que vai realizar-se, na próxima terça-feira, dia 8 de Julho.
Orlando Pires, José Carlos Azevedo e Vítor Esteves, são os três docentes que se apresentam a sufrágio do Conselho-Geral (CG) do AEM, órgão que é constituído por 21 elementos.
São eleições antecipadas devido à saída de Maria Gentil Vaz, anterior diretora. A ex-vereadora da Câmara Municipal de Mirandela tinha tomado posse no final de Junho de 2013 e cessou funções, no final de Abril, depois de ter sido aceite a sua adesão ao Programa de Rescisões por Mútuo Acordo do Pessoal Docente.
Desde então ficou a direção do agrupamento entregue ao sub-diretor, Orlando Pires, e aos três adjuntos: Ana Paula Vilarinho, José Garcia e Alcino Fernandes.

in:mdb.pt

2º Seminário 'Os Judeus em Trás-os-Montes' marcou o arranque do Festival 'Sete Sóis Sete Luas'

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A iniciativa marcou o arranque do Festival Sete Sóis Sete Luas, que se realiza no concelho desde 2010. Pelo segundo ano consecutivo a presença judaica na região esteve em análise em Alfândega da Fé, com a realização do 2º Seminário dedicado à temática.
No ano passado o enfoque do seminário foi a criação de uma rota dos judeus em Trás-os-Montes. Este ano foram analisadas as marcas e contributos judaicos na região.
A palestra contou com a presença de Sami Sadak professor da Universidade Aix-en-Provence e Codiretor do BabelMed de Marselha que abordou o tema “ Judeus Espanhóis e Marranos em Portugal” e apresentou o documentário francês “Les derniers marranes” (tradução: Os últimos marranos) dos realizadores Stan Neumann e Frederic Brenner, sobre a misteriosa vida da comunidade judaica transmontana nos anos 90.
Participaram também os oradores Antero Neto e António Júlio Andrade cujas intervenções se debruçaram sobre os temas “Marcas arquitectónicas judaicas e vítimas da Inquisição no concelho de Mogadouro” e “Jacob (Francisco) Rodrigues Pereira – Cidadão do Mundo, Sefardita e Transmontano”, respectivamente. O Seminário terminou com a degustação de produtos mediterrânicos onde não faltaram alguns dos produtos locais, como as amêndoas torradas com ervas aromáticas e o azeite.
A Câmara Municipal está empenhada em recuperar marcas históricas e culturais do concelho como factores potenciadores do turismo e da economia local. Relembrem-se os importantes estudos já apresentados na edição anterior sobre a forte presença judaica na aldeia de Sambade e a sua importância para a compreensão das tradições locais.

in:noticiasdonordeste.pt

Sons do mediterrâneo e da lusofonia invadiram de ritmo o Largo de S. Sebastião de Alfândega da Fé

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Os sons do mediterrâneo e da lusofonia invadiram de ritmo o Largo de S. Sebastião em mais um espetáculo do Festival Sete Sóis Sete Luas. As iniciativas deste evento internacional voltaram, pelo quarto ano consecutivo, a Alfândega da Fé. Os Dona Pacheca e os Mazagão.7Luas.Orkestra subiram ao palco no primeiro concerto deste ano do Sete Sóis.
A noite começou com a atuação do grupo musical Dona Pacheca. Uma formação musical, que conta com elementos de Alfândega da Fé, cujo repertório inclui, maioritariamente, música portuguesa. Os Dona Pacheca fizeram uma viagem pelas relembrando grandes nomes como António Zambujo, António Variações e muitos outros.
De seguida, em estreia nacional, os Mazagão.7Luas.Orkestra subiram ao palco para partilhar a música e as sonoridades dos seus países de origem, num verdadeiro diálogo entre culturas que traduz bem o espírito do Sete Sóis. A história desta orquestra é a história da cidade de El Jadida/antiga Mazagão e simboliza a viagem dos seus habitantes que cruzaram três continentes: África, Europa e América do Sul. Esta produção original do festival conta com elementos de Portugal, Espanha, Marrocos, Brasil e Cabo Verde.
O Festival Sete Sóis Sete Luas continua a privilegiar a promoção do diálogo intercultural, potenciando o conhecimento e o contacto entre localidades e países que promovem o festival. Trata-se de um evento internacional que convida à reflexão, à troca de experiências e à cooperação entre diferentes culturas.
Recorde-se que o Festival Sete Sóis Sete Luas acontece em Alfândega da Fé desde 2010, altura em que o município aderiu à rede Cultural Sete Sóis Sete Luas. Este ano o festival decorre em 33 cidades da Europa, África e América do Sul. Em Portugal 7 localidades acolhem as iniciativas do Sete Sóis. Alfândega da Fé é o único concelho do norte do país onde se realiza este Festival internacional.
As iniciativas do Festival Sete Sóis Sete Luas regressam a 26 de julho a Alfândega da Fé com a atuação AKIM EL SIKAMEYA da Argélia.

in:noticiasdonordeste.pt

Praia Fluvial da Foz do Sabor recebeu 5º Encontro de Idosos

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Teve lugar no dia 27 de Junho na Praia Fluvial da Foz do Sabor o 5º Encontro de Idosos de Torre de Moncorvo.
Participaram nesta festa cerca de 400 idosos, técnicos e diretores das Instituições Particulares de Solidariedade de Moncorvo e o do concelho de Freixo de Espada à Cinta.
Durante a manhã realizou-se uma missa campal celebrada pelo Padre João Barros e Padre Vicente com a participação de todas as instituições presentes, realizando-se de seguida uma aula de ginástica com os idosos.
Depois de um almoço convívio que contou com a participação de todo o executivo municipal, cada instituição fez uma atuação com interpretação de músicas, declaração de poemas e danças.
De referir que neste encontro participaram também algumas crianças da Fundação Francisco António Meireles e do Centro Paroquial de Torre de Moncorvo.
A animação decorreu durante a tarde com muita música e um lanche oferecido pelo Município de Torre de Moncorvo.

in:noticiasdonordeste.pt
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